Povo e parlamento

.

Foto: Lula Marques/Fotos Públicas

Na vida certas condições amadurecem para um determinado evento, porém algo fica faltando e o esperado não se confirma.

Tanto quanto na luta política.

Como ocorre agora com relação à absoluta necessidade da interrupção do governo de Jair Bolsonaro.

Embora aproximadamente pouco mais de 10% da população ainda considere o governo ótimo e se mantenha fiel ao presidente, segundo as últimas pesquisas, já se forma uma maioria sólida, que ultrapassa os 50% dos entrevistados, que o rejeita e almeja o seu impedimento.

Ele próprio reforça essa tendência em seus disparates diários, dias atrás levados à tribuna da Assembleia Geral da ONU.

Não se ocupa a sério de nenhum dos graves problemas que afligem a nação. 

A insuficiente cobertura vacinal contra a Covid-19, a perversa combinação da retração da economia com inflação e juros altos, o desemprego e a crise hídrica e energética não estão na agenda do presidente. Precariamente ocupam espaço no cotidiano de alguns dos seus ministros. Só isso. Sem maiores consequências.

Então, sofrer mais 1 ano e 2 meses com este governo parece uma provação exagerada para o país.

Demais, se a condição para o impeachment é a prática de crime de responsabilidade, não é exagero caracterizar o presidente da República como um serial killer.

Porém para impeachment faltam povo e parlamento.

No Congresso Nacional é evidente que não há uma maioria favorável ao impeachment. Pelo menos por enquanto.

E ausência de um amplo movimento de massas com esse sentido tem tudo a ver com a ausência de comando nessa direção.

Nenhum dos principais atores se coloca aberta e concretamente pelo impedimento do presidente da República.

Vozes como a do PCdoB são quase isoladas.

Por motivo de cálculo eleitoral, outras forças políticas de maior poder de fogo preferem conviver com o crescente desgaste do presidente para enfrentá-lo no pleito vindouro em condições vantajosas.

Enquanto isso, resta anotar: ai de ti, povo brasileiro!

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor