Povo e parlamento
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Publicado 23/09/2021 12:12
Na vida certas condições amadurecem para um determinado evento, porém algo fica faltando e o esperado não se confirma.
Tanto quanto na luta política.
Como ocorre agora com relação à absoluta necessidade da interrupção do governo de Jair Bolsonaro.
Embora aproximadamente pouco mais de 10% da população ainda considere o governo ótimo e se mantenha fiel ao presidente, segundo as últimas pesquisas, já se forma uma maioria sólida, que ultrapassa os 50% dos entrevistados, que o rejeita e almeja o seu impedimento.
Ele próprio reforça essa tendência em seus disparates diários, dias atrás levados à tribuna da Assembleia Geral da ONU.
Não se ocupa a sério de nenhum dos graves problemas que afligem a nação.
A insuficiente cobertura vacinal contra a Covid-19, a perversa combinação da retração da economia com inflação e juros altos, o desemprego e a crise hídrica e energética não estão na agenda do presidente. Precariamente ocupam espaço no cotidiano de alguns dos seus ministros. Só isso. Sem maiores consequências.
Então, sofrer mais 1 ano e 2 meses com este governo parece uma provação exagerada para o país.
Demais, se a condição para o impeachment é a prática de crime de responsabilidade, não é exagero caracterizar o presidente da República como um serial killer.
Porém para impeachment faltam povo e parlamento.
No Congresso Nacional é evidente que não há uma maioria favorável ao impeachment. Pelo menos por enquanto.
E ausência de um amplo movimento de massas com esse sentido tem tudo a ver com a ausência de comando nessa direção.
Nenhum dos principais atores se coloca aberta e concretamente pelo impedimento do presidente da República.
Vozes como a do PCdoB são quase isoladas.
Por motivo de cálculo eleitoral, outras forças políticas de maior poder de fogo preferem conviver com o crescente desgaste do presidente para enfrentá-lo no pleito vindouro em condições vantajosas.
Enquanto isso, resta anotar: ai de ti, povo brasileiro!