Resiliente, mas a caminho da derrota

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Leio agora que em pesquisa do Instituto PoderData a desaprovação ao governo vai a 59% contra 26% de aprovação.

Mas a proporção dos que seguem fiéis a Bolsonaro se mantém estável, em torno de 1/3 do eleitorado.

Números que no fundamental não diferem de outras sondagens que têm sido divulgadas.

Com um detalhe: a resiliência persistente de um presidente por todos os títulos indignos da confiança da população.

Se as eleições acontecessem agora ele teria chances de passar a um segundo turno.

Isso a despeito da sua criminosa conduta face a pandemia e da deterioração das possibilidades de alguma recuperação das atividades econômicas, que permitam amainar o desastre social.

Certamente ainda estão presentes, em maior ou menor grau, o conjunto das variáveis que compõem a onda conservadora que varre parte do mundo e que chegou forte ao Brasil associada à poderosa campanha midiática de descrédito da política e dos partidos e da tentativa de desconstrução de lideranças como Lula e de agremiações de esquerda.

Os mecanismos pelos quais a informação chega ao cidadão comum e influencia a sua tomada de consciência política se sofisticam a cada instante – sob monopólio dos grandes grupos econômicos ou a serviço deles.

Mais confundem do que informam.

E se é verdade que a oposição se diversifica e se amplia, chegando até a contar com o reforço indireto de graúdos donos do capital financeiro que subscreveram a carta aberta exigindo mudança de comportamento do governo, há cerca de vinte dias, é verdade também que a dispersão ainda dificulta a oferta de uma alternativa visível à população insatisfeita.

E de comunicação mais ágil, capaz de sensibilizar quem se informa e se orienta pelo que vê na tela do smartphone.

Vivemos, então, um instante em que cada vez mais é necessário “ir mais abaixo e mais a fundo”, ligar-se às amplas do povo (pelos meios possíveis em tempo de pandemia) e disputar a narrativa sobre o que se passa no país.

Esclarecer e impulsionar a resistência.

Persistir na perspectiva de que vale o adágio: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

E como diz o governador do Maranhão, Flávio Dino, podemos derrotar Bolsonaro, sim, a não ser que erremos muito…

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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