Sete de Setembro : o dia em que o país foi assombrado pelas hordas bolsonaristas

Veremos essa horda desvirtuar o sentido de uma comemoração sobre a independência de um país, transformado num circo sombrio de marginais querendo implantar uma tosca ditadura nesse quadrante do mundo

(Foto: Reprodução do Twitter)

Imagino que na cabeça dos bolsonaristas fascistas, que vivem enrolados na bandeira braZileira e com a camisa da CBF, o “7 de setembro” é uma data que existe desde o…7 de setembro de 1822. É óbvio que sim! Na mente dessa caterva é uma data que foi criada pelos militares patriotas, imbuídos do sonho de termos a “nação verde e amarela”. E certamente hoje, 7 de setembro de 2022, 200 anos depois de Pedro, filho de D. João VI, ter decidido que era hora de estabelecer um novo país, controlado evidentemente pelos seus e que, em pouco tempo, seria tutelado pelos ingleses, veremos essa horda desvirtuar o sentido de uma comemoração sobre a independência de um país, transformado num circo sombrio de marginais querendo implantar uma tosca ditadura nesse quadrante do mundo.

Evidentemente que essa horda, ignorante por sinal, desconhece que a data de comemoração do 7 de setembro, como uma data comemorativa, não se tornou oficial pela vontade algum general esclarecido ou de algum patriota inebriado pelos cânticos do hino nacional, cuja música foi escrita 9 anos depois da proclamação da independência e apenas em 1909, 87 anos depois do “grito do Ipiranga” ganhou, por concurso, uma letra e apenas em agosto de 1922, um mês da comemoração dos 100 anos, é que o governo comprou definitivamente a letra.

A “triste” realidade é que a data de 7 de setembro veio de um projeto de lei de um deputado cearense, de nome nada pomposo, Luís Cavalcanti Sucupira, eleito deputado nacional em maio de 1933, pela famigerada Liga Eleitoral Católica (LEC), e um ano depois, em agosto de 1934, propôs uma lei que tornaria a data de 7 de setembro como “Dia da Pátria” e essa proposta deu origem ao Decreto n° 7, de 20 de novembro de 1934, que institucionalizou o Dia. Não foi um general. Não foi um grande líder patriótico. Isso deve chocar esses homúnculos, que imaginam e se deliciam com histórias fantásticas sobre a coragem desses bufões metidos a patriotas.

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Só no governo do presidente, eleito, general Eurico Gaspar Dutra, a lei federal número 662, publicada em 7 de abril de 1949, tornou o Dia da Independência um feriado nacional, ou seja, pouco mais de 15 anos depois do decreto que tornou a data comemorativa e 127 anos depois da Proclamação da Independência, às margens do rio Ipiranga que segundo maldosas observações feitas a posteriori, teria sido poluído por uma diarreia que atingiu o nosso valoroso Pedro de Orleans e Bragança. Isso não importa.

O fato é que as comemorações nacionais do 7 de setembro têm apenas 73 anos, e durante 21 anos serviram como palco para o ufanismo dos generais que governavam esse país e que, nos últimos 3 anos, serviu de picadeiro para o indolente que veste os trajes presidenciais.

Hoje veremos mais um desses espetáculos deprimentes e, enquanto milhões de trabalhadores estão desempregados, subempregados, desalentados, ameaçados pela fome e desesperança, meia dúzia de celerados irão, mais vez, atormentar esse país com a ameaça de um ruptura constitucional.

Mas, como dizia La Pasionaria: não passarão

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