“Tá na hora do pau comer” na cultura e nas eleições municipais

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Os tambores da comunista mãe Beth de Oxum, abriram os trabalhos de lançamento da IV Conferência Nacional de Cultura (05 de agosto de 2020), o “Tá na hora do pau comer” se fez canção de partilha e alimento para os desafios que se apresentam diante do desmonte do estado democrático e das políticas públicas para a cultura no país. Mãe Beth de Oxum, pernambucana, mulher de terreiro, coqueira, precursora de Pontos de Cultura, defensora da cultura de base comunitária, constitui parte dos temperam e alimentam a identidade, diversidade e pluralidade estética, cultural, artística e discursiva nacional que escreverem cotidianamente uma história de resistência e desapagamento social.  

`Tá na hora do pau comer”, a Conferência autoconvocada e autogestionada pelos movimentos sociais de culturas, gestores públicos, parlamentares, militâncias partidárias, pesquisadores e os trabalhadores e trabalhadoras da cultura  é uma passo importante para aglutinar a resistência democrática e apontar caminhos para reconstrução de uma política de estado para a cultura com capilaridade transversal.  

Estamos em processo de conferência, atípico, convocada de baixo para cima e declaradamente contrária a política de sucateamento orquestrada pelo bolsonarismo.

A faísca para conferência foi a Lei de Emergência Cultural, Lei Aldir Blanc, a qual atiçou as mais diversas articulações políticas numa ciranda de costuras que colocou a cultura na centralidade das discussões do poder público e da sociedade civil, nos estados e municípios.

A conferência reanima os atores e as organizações para coloca a pauta da cultura em evidencia e abre brechas para retomar bandeiras centrais para uma política estruturante e transformadora no país, a partir dos estados e municípios, esferas mais propicias na atualidade, diante da conjuntura política marcada pela incerteza,  descontinuidade e a  firme oposição de Bolsonaro e do Bolsonarismo aos  avanços e a democratização das políticas públicas para a cultura desenvolvidas com participação social nas últimas duas décadas.  

O processo de conferência, acontece, em pleno ano eleitoral, o que o pode engrossar o caldo da luta e do aprofundamento das discussões da política pública para a cultura, em cada cidade.  A conferência se insere nas discussões das cidades e é, portanto, parte integrante da luta eleitoral.

Além de aprofundar o debate é um momento de ocupação do espaço político, a conferência é uma antessala para que em 2021, tenhamos parlamentares e gestores comprometidos com as nossas pautas: Sistema Municipal de Cultura, Lei Municipal do Cultura Viva, percentual mínimo de aplicação de recursos para cultura e política de desburocratização de repasse de recursos para a cultura.

Como diz mãe Beth de Oxum “Ta na hora do pau comer.

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