No início da semana passada, o governo argentino anunciou oficialmente um acordo para a instalação em seu território de uma base de operações da DEA, sigla em inglês para Drug Enforcement Administration, a agência antidrogas do Estado norte-americano. Mais especificamente, essa base se localizará na Tríplice Fronteira, região de importância central para a geopolítica do Cone Sul.
Em regra, um regime autoritário procura suprimir o poder popular amparando-se em um argumento apresentado como “técnico”. A concentração do poder em poucas mãos não se deve, segundo esse argumento, ao impedimento da democracia, mas sim a uma necessidade.
"Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.
O “fim da história” teria chegado com o fim da União Soviética, escreveu Francis Fukuyama em 1989, imaginando a derrota final dos oponentes do capitalismo. Para ele, as ideologias, em seu enfrentamento dialético teriam atingido sua síntese final na universalização da "democracia liberal".
No primeiro final de semana deste mês, paralelamente à Cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em Buenos Aires, foram retomadas as tratativas para a assinatura de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Sobre a mesa há propostas que envolvem a derrubada de tarifas para bens, serviços, investimentos e até compras governamentais.
“Quando reina o grande Tao o mundo pertence a todos”. Xi Jinping, o reeleito presidente da China, escolheu essa citação clássica para encerrar seu discurso ao plenário do 19º Congresso do Partido Comunista ocorrido em meados de outubro.
A despeito de seus próprios interesses, o Brasil possui uma longa história de desencontros com a América Latina, a começar pelo conceitual. A ideia de uma América “latina” em oposição a uma “anglo-saxônica” surgiu em meados do século XIX. A origem da expressão é objeto de estudos e polêmicas.
Em abril deste ano, no curso da guerra síria, os EUA lançaram um ataque estrondoso e midiático contra uma base aérea em Homs. Alegava-se uma retaliação contra o uso de armas químicas, cujo autor ainda não foi devidamente identificado. O espantoso número de 59 mísseis tomahawks lançados sobre um aeroporto reforçava tanto o espalhafato como a vontade do novo governo norte-americano de mostrar que “não estava para brincadeiras”.
Um monumento pairou suspenso sobre Buenos Aires e sobre a memória e consciência da América. O episódio, ocorrido há um mês, se originou de uma batalha um pouco mais antiga: em 2015, por iniciativa do governo central, então presidido por Cristina Kirchner, foi retirada uma escultura em homenagem a Cristóvão Colombo da praça localizada logo atrás da Casa Rosada.
“Sem estratégia só existe a deriva”, escreveu Paul Kennedy, autor de Ascensão e Queda das Grandes Potências. E a deriva é o maior risco para os Estados na arena internacional. Muitas vezes, a ausência de clareza estratégica própria é antessala da captura pela de terceiros.
Há pouco mais de um mês, o presidente norte-americano disse que os Estados Unidos não descartam uma intervenção militar na Venezuela.
A América Latina vivencia, atualmente, um cenário político adverso para o projeto de integração. A ascensão de governos conservadores e comprometidos, no âmbito das relações exteriores, com linhas traçadas desde fora do continente, tem provocado um refluxo no ímpeto unionista dos primeiros dez anos do século.