A defesa da aposentadoria exige mobilização popular

Os trabalhadores estarão nas ruas de todo o país, nesta sexta-feira (22), para defender o direito à aposentadoria ameaçado pelo governo Bolsonaro e sua reforma da Previdência. A mobilização popular foi convocada de forma unitária por todas as centrais sindicais – CTB, Força Sindical, CUT, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas, CGTB e Intersindical – e recebe o apoio do conjunto do movimento social, inclusive da Frente Brasil Popular, da Frente Povo Sem Medo e dos partidos progressistas que lançaram uma frente em defesa da previdência pública.

Eleito para cumprir uma agenda ultraliberal, contrária aos interesses do povo e do país, Bolsonaro apresentou ao Congresso Nacional uma reforma que desmonta o conceito de seguridade social, retira da Constituição Federal os direitos previdenciários, institui a idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, eleva o tempo de contribuição para 40 anos, retira a variação da inflação do reajuste dos benefícios e reduz para R$ 400 o benefício para idosos pobres, o chamado Benefício de Prestação Continuada (BCP).

A proposta de Bolsonaro atinge de modo perverso os pobres, as mulheres e os trabalhadores rurais. O objetivo principal é privatizar a previdência pública através da criação do chamado regime de capitalização e desse modo transferir R$ 1 trilhão oriundo da aposentadoria dos trabalhadores para os banqueiros através do pagamento de juros da dívida pública.

Portanto, os trabalhadores e povo estarão nas ruas para barrar essa reforma que poderá agravar ainda mais as condições de vida já difíceis dos brasileiros e brasileiras que trabalharam para sustentar suas famílias e fazer do Brasil e uma grande nação. É inaceitável que ao fim dos muitos anos de trabalha sejam punidos de modo tão perverso e injusto.

A mobilização desta sexta-feira, segundo as lideranças dos trabalhadores, é o pontapé inicial do calendário de ações do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública. A mobilização vai acompanhar a tramitação da proposta no Congresso Nacional e poderá culminar numa grande greve geral, a exemplo do que ocorreu no histórico 28 de abril de 2017, que foi fundamental para derrotar proposta semelhante de Michel Temer. Os atos desta sexta-feira ocorrerão nas capitais dos Estados, no Distrito Federal e em mais de 130 outras cidades pelo Brasil.

A luta contra a "reforma" que destrói a previdência social ocorre num momento em que a resistência popular e democrática contra o governo antipopular de Jair Bolsonaro dá sinais de se animar. Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, é preciso “trabalhar sem descanso nos próximos dias e meses para impor uma derrota ao governo de extrema direita nesta grande batalha que é vital não só para o Palácio do Planalto, que faz o jogo dos EUA e dos banqueiros, mas também e sobretudo para a classe trabalhadora brasileira”.