A eleição e a resistência ao governo golpista

Encerrado o primeiro turno da eleição municipal as forças conservadoras estão comemorando o resultado das eleições. Seria recomendável alguma cautela, […]

Encerrado o primeiro turno da eleição municipal as forças conservadoras estão comemorando o resultado das eleições. Seria recomendável alguma cautela, em primeiro lugar porque a disputa continua em locais muito importantes, como o Rio de Janeiro, por exemplo. Depois porque o PMDB do presidente ilegítimo amargou derrotas relevantes.

Mesmo sendo um grande ausente nesta eleição, quase um clandestino, a Michel Temer pode ser creditado também o rotundo fracasso da candidata do PMDB em São Paulo, Marta Suplicy, que ficou num vexatório 4º lugar, atrás de Fernando Haddad (PT) e de Celso Russomano (PRB). No primeiro turno o PMDB só elegeu a prefeita de Boa Vista (RR) e no segundo disputa apenas cinco capitais. Um desempenho bastante ruim para o partido que ocupa ilegitimamente a Presidência da República.

Enquanto o pleito se completa é preciso alertar as forças progressistas para a continuidade da implantação do programa do governo golpista, que quer impor ao país medidas que favorecem os ricos e a especulação financeira e jogam o custo da crise sobre o povo e os trabalhadores.

Ainda esta semana está prevista a votação, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016, que congela por 20 anos os gastos sociais determinados pela Constituição e atinge as despesas públicas em saúde, educação e assistência social.

É o pacote de maldades que a mídia golpista propagandeia como necessário, e ansiado por rentistas e especuladores financeiros, pois não mexe nos gastos do governo com os juros abocanhados por aqueles privilegiados.

Passada a eleição, o governo ilegítimo se sente livre para impor estas chamadas medidas impopulares – e a fixação do teto dos gastos sociais é a principal delas. Há outras a caminho: a reforma da previdência, a redução dos direitos trabalhistas, a reforma política, etc.

A disputa na sociedade não será pequena e haverá resistência. As divisões na base governista podem se acentuar, em especial entre o PMDB e o PSDB, que se sente fortalecido pelo resultado eleitoral.

De todo modo é necessário manter o povo mobilizado e a bandeira da resistência desfraldada. Não há outro caminho senão o da luta popular contra o governo ilegítimo, inimigo da pátria, da democracia e dos trabalhadores.