A indispensável contraofensiva política das forças progressistas

A reunião realizada no início desta semana pela Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi um fato […]

A reunião realizada no início desta semana pela Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi um fato auspicioso da vida política nacional neste momento de pré-campanha eleitoral e acirramento da luta política.

O pronunciamento da direção comunista é uma peça política que ajuda a construir a contraofensiva das forças progressistas, indispensável para enfrentar o jogo sujo da oposição conservadora e neoliberal e sua estratégia de desestabilização do país. A decisão dos comunistas soma-se às iniciativas da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, a partir da semana passada, de defender as conquistas do governo e rechaçar a campanha agressiva da oposição, principalmente dos principais candidatos oposicionistas – Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB-Rede-PPS).

É notável o alerta que fazem os comunistas de que a ação oposicionista não pode nem deve ser subestimada, porquanto tem bases fincadas nas classes dominantes, destacadamente a oligarquia financeira e seus elos internacionais, e nas instituições de um Estado em sua essência conservador e antidemocrático. No Brasil, atua com enorme força e capacidade de articulação política um poderoso “consórcio oposicionista, constituído pelas forças conservadoras, pela oligarquia financeira e por grandes grupos de comunicação”, diz o documento.

Este consórcio desencadeou “sequenciados ataques contra o governo da presidenta Dilma Rousseff”, destaca o documento da direção do PCdoB, que vê na investida, em plena pré-campanha pela sucessão presidencial de 2014, o objetivo de imobilizar o governo, desacreditá-lo e, além disto, atingir a liderança e a reputação da presidenta da República.

Rigorosamente, a campanha eleitoral da oposição conservadora revela-se uma campanha contra o Brasil. A escolha da Petrobras, a gigante petroleira, uma das mais fortes e conceituadas empresas estatais do mundo, como alvo imediato da campanha de desestabilização, é de per si uma denúncia dos fins antinacionais da ação dos partidos oposicionistas. Foi no governo de FHC, de triste memória, que o Brasil foi submetido ao furor privatizador, do qual a Petrobras, como o Banco do Brasil, só escapou pela resistência popular e por decurso de prazo. O ex-presidente não conseguiu fazer seu sucessor, derrotado nas urnas por Lula em 2002.

Tem também caráter antinacional e antipopular a sistemática luta que fazem as forças conservadoras para reverter as conquistas alcançadas pelo povo brasileiro em todos os terrenos ao longo de 12 anos de vigência de governos progressistas.

“O Brasil se encontra diante de uma encruzilhada política: ou avança – com a realização das reformas estruturais, no caminho progressista desbravado pela vitória de Lula, em 2002, e confirmado, pela vitória da presidenta Dilma, em 2010 – ou retrocede, engata uma marcha a ré aos tristes anos de 1990, com o retorno das forças conservadoras. Deste dilema, e desse antagonismo, emana a presente agressividade contra a presidenta Dilma”, assinala a nota da Comissão Política Nacional do PCdoB.

Esta é a questão essencial, sem cuja compreensão as forças de esquerda não conseguirão dar o passo necessário na luta para prosseguir mudando o Brasil no sentido progressista, para o que é indispensável defender o mandato da presidenta Dilma e sua reeleição em outubro próximo.

Dilma faz um admirável governo e tem a aprovação da esmagadora maioria da população. Enfrenta bem os efeitos negativos da grave crise econômica e financeira mundial sem penalizar os trabalhadores, nem abrir mão das políticas sociais que retiram milhões de pessoas da miséria, persistindo na estratégia de desenvolvimento nacional que associa crescimento econômico e distribuição de renda. Na frente externa, o Brasil segue desempenhando seu papel de força solidária com os povos e países irmãos latino-americanos, apostando na integração soberana, em políticas internacionais contra-hegemônicas e de paz.

Por outro lado, o que a oposição apresenta, em termos de alternativa programática, é uma reedição anacrônica do receituário dos anos 1990 que levou o Brasil à bancarrota, aviltou a soberania nacional, vilipendiou direitos dos trabalhadores e levou a vida do povo a um inaudito nível de degradação.

É nesse quadro que assume importância estratégica a mobilização popular e a consolidação de uma frente democrática, progressista, patriótica e popular em torno da luta pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff, com um “programa que renove as esperanças e aponte nova etapa para o desenvolvimento”, como destaca a nota da direção comunista.

Momentos de intenso debate político, as campanhas eleitorais dão ensejo a uma atividade pedagógica de mobilização e elevação da consciência política do povo. Mais do que nunca, está na ordem do dia a luta pelas reformas estruturais democráticas, entre as quais ganham destaque a democratização dos meios de comunicação, a reforma política democrática, a reforma urbana e a reforma tributária progressiva, como instrumento de combate ao rentismo e de distribuição de renda.

Sobre esta base e com a experiência acumulada, as forças de esquerda reúnem todas as condições para elaborar um programa político que seja um instrumento de combate do povo brasileiro para avançar no rumo da construção de uma nação profundamente democrática, soberana e socialmente justa.