A justa luta do povo palestino merece solidariedade

Em 2016 uma mãe Palestina ergue a bandeira do país em meio aos escombros de sua casa destruída por israelenses na Cisjordânia

A violência do Estado de Israel contra os palestinos tem relação direta com a geopolítica imperialista imposta pelos interesses norte-americanos. Esse pico de agressões começou a se formar com uma onda de recrudescimento da natureza dos conflitos na região. Em setembro de 2015, ocorreram três dias de agressões na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, após mais uma escalada de violência israelense na Faixa de Gaza. Desde então, a onda crescente de ataques violentos aos palestinos tornou-se sistemática. Pesa nessa escalada o papel do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enfrenta sérios problemas políticos e está envolvido em casos de corrupção.

A raiz dessas ações bestiais está na política de dominação da região pelos interesses da Casa Branca. Integra a política de dominação de uma região estratégica por meio do Estado de Israel, ponta de lança dirigida, em última instância, pelos chefes militares norte-americanos, verdadeiros senhores da guerra que, pela natureza do sistema dos Estados Unidos, são uma importante fonte de poder.

A ordem militar transformou-se no escalão mais importante e mais caro do governo dos Estados Unidos, sobretudo no pós-Segunda Guerra Mundial. No lugar dos representantes das relações públicas, que praticamente saíram de cena, apareceu a face da sinistra burocracia instalada na máquina de guerra, solidamente instalada no Estado, controladora dos fenômenos políticos e econômicos segundo as interpretações militares.

O “realismo militar” dos chefes militares do poderoso Estado-Maior Conjunto transformou-se na mais poderosa fonte de poder do sistema. Na prática, funciona como segundo poder, menos visível e mais poderoso. O governo conhecido pelos jornais, televisões e internet se apoia numa máquina quase invisível, que comanda um gigantesco aparato que conduz a política externa do país.

O Oriente Médio sempre despertou interesse dos impérios por ser uma rica fonte de matéria-prima e estar no entroncamento de três continentes. Os Estados Unidos sempre tentaram se impor na região. Já no pós-Primeira Guerra Mundial, os trustes norte-americanos se empenharam em conseguir ali concessões petroleiras. Por estar nas proximidades da Rússia e da China, o Oriente Médio também sempre mereceu atenção dos Estados Unidos quanto à influência de ideias que poderiam se traduzir em ações concretas de anti-imperialismo.

A carnificina de agora, mais uma ofensiva contra a resistência palestina, está ligada a esse fio histórico. E se insere na escalada de guerras que constitui a base da política de dominação do Estados Unidos em importantes regiões do planeta para impor seus interesses econômicos, fundada em violência e saques. A luta dos palestinos faz parte de muitas outras ações dos povos por sua libertação, uma resposta altiva e combativa que merece solidariedade e denúncias ativas sobre a sua natureza.