A justa mobilização dos trabalhadores pelos R$ 600

Centrais sindicais

A mobilização unitária liderada pelas centrais para conclamar o Congresso Nacional a votar pela restituição do valor de R$ 600 para o auxílio emergencial é justíssima. É uma importante ação dos trabalhadores, que efetivamente fazem a defesa dos interesses dos que mais precisam nesse momento grave da crise sanitária entrelaçada a uma profunda crise econômica, enquanto o governo Bolsonaro retira parte do auxílio e ainda não se definiu sobre o destino do programa Bolsa Família.

Há dinheiro, sim. Um país que está entre as dez maiores economias do mundo tem condições de garantir os R$ 600 até dezembro. É responsabilidade constitucional do governo prover o povo diante de uma situação crítica da economia e de verdadeira tragédia social.

Bolsonaro demonstra desespero pelo povo, sobretudo os mais carentes, ao cortar pela metade a ajuda emergencial, justamente quando a até mesmo o arroz começa faltar na mesa dos humildes e quando o IBGE anuncia que dez milhões de brasileiros estão passando fome.

Ao mesmo tempo, os R$ 600 ativam o consumo, ajudam as empresas, geram empregos e parte do resultado volta ao governo por intermédio dos impostos. Quando Bolsonaro afirma que o país quebra se manter os R$ 600, ele mente para tentar esconder o fato de que grande parte do orçamento da União deságua na baía do rentismo, nos balancetes dos lucros astronômicos dos bancos.

São corretas e indispensáveis as propostas das centrais de que é necessária uma reforma tributária progressiva, além de investimentos públicos em obras de infraestrutura, crédito e socorro às micro e pequenas médias empresas. As centrais também exigem que o presidente da Câmara dos Deputados ponha em votação a Medida Provisória de que prorroga o auxílio emergencial mas reduziu o valor R$ 300″

Com a matéria em pauta, a pressão do povo pode influenciar os debates do parlamento e derrotar o bolsonarismo, assegurando os R$ 600 que, como já foi dito, socorre setores da população mais vulneráveis e ajuda o país a superar a recessão econômica. Como dizem as centrais, é dever do governo agir contra a crise, que “compromete gravemente a capacidade das famílias adquirirem alimentação, moradia, transporte e outros bens de consumo básicos, além de todas as outras necessidades”.