A urgência de conter Bolsonaro e seu projeto autoritário

A conduta do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de seu governo, se concentra, fundamentalmente, no objetivo de obter a reeleição e dar continuidade ao que tem sido chamado de projeto de poder autoritário e de submissão do Brasil aos interesses do sistema financeiro. Na CPI da Covid-19, a bancada governista e os depoentes ex-integrantes ou ainda integrantes do governo têm feito de tudo para proteger Bolsonaro.

Negam sua participação nas decisões que impediram a aquisição de vacinas, minimizam seus ataques à imunização e reforçam sua pregação em favor de medicamentos não recomendados pela ciência para o tratamento da Covid-19. Subestimam o estímulo ao desrespeito às medidas protetivas, como o uso de máscaras.

A participação de Bolsonaro em aglomerações se repete, enquanto ele e seus adeptos faltam com a verdade ao enunciar supostas ações do governo no combate à pandemia. Tentam jogar responsabilidades pelo alto contágio, pelas mortes e pelas graves consequências sociais e econômicas nas costas de prefeitos e governadores. O propósito é um só: preservar o chefe.

Na economia, o ministro Paulo Guedes, ao invés de viabilizar os recursos para combater a pandemia, a crise social que se alastra pelo país com o crescente desemprego e a expansão da miséria e a destruição da economia nacional. Anuncia uma suposta “ofensiva” para assegurar a competividade eleitoral de Bolsonaro em 2022. Para isso, pretende maquiar com a face bolsonarista os programas sociais já existentes e “passar a boiada” neoliberal com mais privatização e mais desmonte do serviço público.

Enquanto isso, o Brasil segue vivendo o drama social e sanitário provocado pela pandemia. Bolsonaro, por sua vez, segue em ritmo de campanha, mobilizando seus apoiadores, alimentando-os com um discurso ilusório e autoritário. Não governa e destina seu tempo para atacar quem o faz em favor da vida e do bem-estar das pessoas e da economia.

Lança ataques às instituições e questiona o eficaz sistema de votação eletrônica do Brasil, já pondo dúvidas sobre o resultado eleitoral futuro, caso lhe seja desfavorável. Mais do que nunca, impõe-se a unidade de amplos segmentos sociais e políticos, para defender a vida, a democracia e barrar o projeto de poder bolsonarista.