A violência em São Paulo e a blindagem midiática
Diariamente o estado de São Paulo e o Brasil têm acompanhado as estatísticas da violência provocada pela guerra entre facções […]
Publicado 09/11/2012 17:42
Diariamente o estado de São Paulo e o Brasil têm acompanhado as estatísticas da violência provocada pela guerra entre facções criminosas no estado e a força policial. Diante dos números e da gravidade dos casos, o governo alega que os assassinatos estão relacionados a uma reação do crime organizado.
Não é a primeira vez que grupos criminosos atentam contra a polícia, interrompem a circulação de transportes, ameaçam bairros inteiros com toques de recolher e levam temor à população. Os paulistas ainda se lembram dos acontecimentos de 2006, quando centenas de ações criminosas chocaram o estado.
Felizmente, na crise atual, o governo do estado recuou da postura arrogante de negar, sucessivamente, a ajuda oferecida pelo governo federal. Depois de dias de inação e impasse, o governador e o ministro da Justiça anunciaram medidas conjuntas que podem ajudar a mitigar a crise na segurança e restabelecer a normalidade no estado.
Mesmo em situação tão delicada, chama atenção a blindagem que a grande mídia faz ao governo tucano. Apesar da escalada da crise e das evidentes dificuldades da política de segurança pública em enfrentá-la, pouco se vê nos jornais sobre a responsabilidade do governo, do PSDB e seus aliados políticos, diante da situação.
A cobertura dos jornalões pende mais para a contabilidade das vítimas do conflito, ignorando as causas e as ações que deveriam ser cobradas do governo estadual. Não se trata, porém, de criar celeuma política em tema tão sensível. Espera-se que o governo assuma seu papel, enfrente o problema e proteja a população. E que a mídia, sempre tão ciosa do exercício de suas liberdades, cobre o cumprimento das responsabilidades dos agentes políticos envolvidos e não promova, como tem feito, a blindagem dos mesmos.