Ações agressivas dos EUA na Ásia

Com a visita à Coréia do Sul durante esta semana e as novas manobras militares que se iniciam no próximo […]

Com a visita à Coréia do Sul durante esta semana e as novas manobras militares que se iniciam no próximo domingo, 25, na Península Coreana, os Estados Unidos prosseguem a política de provocações, chantagens e ameaças, preparando o ambiente para agredir a República Popular Democrática da Coréia.

A senhora Clinton, secretária de Estado dos EUA, expõe cada vez mais o traço intervencionista de sua gestão à frente da política externa da superpotência imperialista. Anunciou novas sanções econômicas e financeiras contra a Coréia do Norte, numa demonstração de que a única linguagem da “diplomacia” norte-americana é a das ações punitivas e do confronto. Semelhante comportamento é adotado em relação ao Irã, como foi em face do Iraque antes da agressão armada iniciada em março de 2003.

A República Popular Democrática da Coréia já enfrenta sanções, aprovadas em 2006 e 2009 por um Conselho de Segurança da ONU instrumentalizado pelo imperialismo, em retaliação aos testes nucleares realizados por Pyongyang. As sanções agora anunciadas unilateralmente por Washington congelarão ativos da RPDC, impedirão viagens para o exterior e implicarão a adoção de medidas junto à rede bancária para evitar as transações financeiras do país asiático.

Acompanhada pelo seu colega de governo, Robert Gates, secretário da Defesa, o setor que de fato condiciona todas as demarches da política externa dos Estados Unidos, a senhora Clinton imprimiu à sua viagem à Coréia do Sul caráter marcadamente militar. Significativamente a visita se realizou no transcurso do 60º aniversário do início da Guerra da Coreia (1950-1953), quando o país foi cindido e o Sul caiu na teia de dominação do imperialismo norte-americano na Ásia. Os dois secretários de Barack Obama visitaram Panmunjom, a área fronteiriça militarizada entre o Norte e o Sul, onde soldados sul e norte-coreanos ficam frente a frente. No lado sul, a tropa é composta também por soldados norte-americanos. Qual marechais de campo, os dois visitantes, acompanhados pela tropa ianque, espiavam com seus binóculos o outro lado da linha divisória.

O quadro de provocações, ameaças e demonstração de força se completou com o anúncio de que se iniciam no próximo domingo, 25, as manobras militares batizadas de “Espírito Invencível”, com o emprego de 200 jatos, 20 navios de guerra e o porta-aviões nuclear USS George Washington.

Não restam dúvidas de que esse conjunto de ações dos Estados Unidos, especialmente os exercícios militares, elevarão ainda mais as tensões na Península Coreana. Aliás, geraram antecipadamente uma crise diplomática entre Washington e Pequim, que protestou energicamente com o anúncio de que as atividades militares seriam realizadas no trecho do Mar Amarelo que separa a China da Península Coreana. Os Estados Unidos e a Coréia do Sul foram constrangidos a recuar e mudaram o local dos exercícios.

Tudo isso deixa claro quem provoca instabilidade e ameaça a paz na Ásia e no mundo. Os Estados Unidos têm bases militares na Península Coreana e acantonaram 35 mil soldados no território da Coreia do Sul. Fazem um discurso discriminatório sobre a não proliferação nuclear, ao tempo em que mantêm mais de cem ogivas nucleares naquele país, ameaçando o norte e a vizinha China.

As provocações e ações militares dos Estados Unidos contra a RPD da Coreia são fatos que se somam a tantos outros na conjuntura internacional a desafiar os povos a adotarem uma atitude vigilante e encetarem uma firme resistência aos preparativos bélicos do imperialismo, que não cessam com a retórica vazia de multilateralismo e diálogo com que distraem os incautos, envolvem os insensatos e embalam os oportunistas.