Aumenta a precarização do trabalho

Há mais de 13 milhões de desempregados no país. Em outubro de 2017 a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio […]

Há mais de 13 milhões de desempregados no país. Em outubro de 2017 a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) divulgada pelo IBGE referente ao trimestre anterior revelou uma taxa de desemprego de 12,4%, discretamente inferior aos 13% do trimestre precedente. Número comemorado como o início da queda no desemprego.

Mas não foi. O governo e a mídia hegemônica que o apoia festejaram aquela diminuição – discretíssima – no número de brasileiros desempregados, sem confessar que, reflexo da reacionária contrarreforma trabalhista, aquele resultado representava o aumento da precarização do trabalho que ameaça os brasileiros. Os dados do IBGE revelam que, dos escassos novos empregos criados, a imensa maioria foi sem carteira assinada, restringindo direitos dos trabalhadores e favorecendo apenas a ganância do capital.

Em junho de 2018 havia, segundo o IBGE, 13,235 milhões de desempregados entre os brasileiros. A força de trabalho (104,112 milhões) equivale à soma do total de 90,887 milhões ocupados e 13,235 milhões de desempregados. Nos últimos 12 meses, informa o IBGE, houve queda de 3,9% no desemprego, com a criação de 536 mil postos de trabalho, quase todos sem carteira assinada ou “autônomos”.

A situação dos trabalhadores brasileiros, o ataque aos direitos sociais e trabalhistas feito por Michel Temer, será um dos principais temas da campanha eleitoral de outubro, quando será eleito o próximo presidente da República. Com razão. Este é o cerne do golpe de 2016, que levou ao comando da nação as forças neoliberais e a sovinice rentista que trava o desenvolvimento, desemprega e empobrece os trabalhadores e favorece apenas o grande capital.

Todos os pré-candidatos proclamam-se, prudentemente, favoráveis à criação de empregos e ao fomento da economia. Mas em que condições? Os eleitores precisam estar atentos ao que dizem, e aos rumos que darão à economia. O pré-candidato do PSDB, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, na afável conversa que teve no programa Roda Viva, na segunda feira (23), deixou claro que manterá as medidas do golpista Michel Temer, entre elas a contrarreforma trabalhista. Isto é, pretende deixar como está – se eleito – a mesma tendência registrada pelo IBGE, de aumento no trabalho precário (jornada parcial, terceirização, empregos informais, do trabalho autônomo, por conta própria e pejotização) sem proteção social, mal pago, mantendo firme e pesada, sobre os ombros dos trabalhadores, a conta da crise econômica e da exploração patronal.

À esquerda, outros candidatos são claros na intenção de revogar a contrarreforma trabalhista e outras nocivas ações de Michel Temer, entre elas o teto dos gastos que paralisa governos (federal e estaduais) e sonega, por 20 anos, despesas em áreas sociais, como saúde e educação. A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, tem difundido país afora a ideia da necessidade desse rompimento com os malefícios causados por Michel Temer e sua turma, para que o país possa reencontrar o caminho do desenvolvimento, do emprego e da renda dos trabalhadores. E defende uma auditoria nas contas da Previdência Social, para acabar de vez com a lenda, que só favorece a especulação financeira, da existência de um deficit, que é uma chantagem neoliberal para ameaçar os brasileiros.

O Brasil precisa reencontrar o rumo do desenvolvimento, com criação de empregos e renda para os trabalhadores, que não se contentam com os empregos precários prometidos pelos neoliberais. Os brasileiros precisam de trabalho decente, e isto estará em jogo no pleito de outubro próximo.