Bolsonaro, o aliado do coronavírus
A pronta reação de amplos segmentos políticos e sociais à comemoração de Jair Bolsonaro pela morte de um voluntário dos […]
Publicado 10/11/2020 21:08 | Editado 10/11/2020 22:56
A pronta reação de amplos segmentos políticos e sociais à comemoração de Jair Bolsonaro pela morte de um voluntário dos testes da vacina Coronavac é absolutamente reveladora da sua irresponsabilidade como presidente da República. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o caso nada tem a ver com a vacina. O gesto desrespeitoso Bolsonaro põe as suas pretensões políticas e convicções ideológicas acima de tudo e de todos, sem dar a mínima importância à vida dos brasileiros.
Como ressalta ação judicial dos partidos de oposição oposição (PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender os testes da vacina Coronavac, o Artigo 196 da Constituição assegura que a “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco à doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”.
O ministro do STF Ricardo Lewandowski, relator das ações no Supremo que tratam da obrigatoriedade ou não da vacina contra o novo coronavírus, deu 48 horas para que a Anvisa preste informações sobre o estágio dos estudos com a vacina. Em seu despacho, o ministro pediu informações complementares às já fornecidas pela Presidência da República e pela Advocacia-Geral da União.
O caso tem o agravante da atitude de Bolsonaro. Como diz a deputada Perpétua Almeida, líder da bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Câmara dos Deputados, “é preocupante e de extrema gravidade assistir o presidente Bolsonaro comemorar a suspensão de uma vacina contra o coronavírus”. Segundo ela, o presidente dá a entender que está interferindo na Anvisa. “Isso merece investigação do Congresso. Estamos convocando o ministro da Saúde e o presidente da Anvisa para esclarecerem essa confusão”, afirmou.
O bolsonarismo já deu provas suficientes de que seu método de fazer política é de fraudar a lei, de agredir os interesses nacionais e de tentar ludibriar o país, desrespeitando as instituições com suas operações ilegais e imorais.
A conduta de Bolsonaro vai esgotando a paciência do povo brasileiro. As projeções das intenções de votos para as eleições municipais cujo primeiro turno ocorrerá no próximo domingo (15) indicam a tendência de seu isolamento, especialmente nas capitais e grandes cidades do país. Mas Bolsonaro insiste em tentar fazer o Brasil se render incondicionalmente ao seu crivo – como vem ocorrendo no caso da vacina contra a Covid-19. Tal conduta foi apropriadamente definida pelo governado do estado Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), como a de um aliado do coronavírus e, por essa razão merece o rechaço dos brasileiros na eleição.