Bom sinal: Alckmin espinafra o Vermelho

Duas boas notícias elevam o astral da equipe Vermelho nestes dias: o salto na visitação e o ataque da campanha Geraldo Alckmin contra o portal do galo, nesta segunda-feira (9). São o verso e o reverso de uma mesma realidade, entusiasmante e mobilizadora.



O ataque está ainda hoje na primeira página do site oficial do candidato presidencial do PSDB-PFL, o www.geraldo45.can.br, sob o título Portal Vermelho (PCdoB) publica mais mentiras sobre privatizações (clique para ver). Diz que o portal “publica matéria mentirosa para confundir o eleitor”, “típica de quem faz terrorismo eleitoral”. Queixa-se de que “o texto é contraditório e traz informações antigas e descontextualizadas, tentando enganar o eleitor”.



O site ticano segue o estilo alckimista: não esclarece quais são as contradições ou sequer as informações. Não atualiza o que diz ser antigo nem contextualiza o que pretende descontextualizado. Nem sequer cita o título ou a data da “matéria mentirosa”.



Após um exercício de dedução, é possível concluir que o motivo da cólera tucano-pefelista é a matéria Guru econômico de Alckmin defende privatização da Petrobras, de Cláudio Gonzalez, publicada no último dia 3 (clique para ver). Este portal desafia a candidatura e o candidato do PSDB-PFL a desmentir uma vírgula do que ali está.



O guru em tela é Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, coordenador da campanha Alckmin para a área econômica e candidatíssimo a ministro da Fazenda de um hipotético governo Alckmin. O Vermelho se limita a citar declarações de Mendonção, como gostam de chamá-lo os tucanos, como esta frase, entre muitos exemplos: “Se eu estivesse no próximo governo, trabalharia forte na privatização da Petrobras” (revista Exame, edição 0844, 10/06/2005).



Ocorre que, graças às virtudes da internet, a denúncia estarrecedora e verdadeira ganhou vida e corre o país. Incontáveis internautas reproduziram-no para suas listas de e-mails. A candidatura da direita por certo acusou o golpe. Tanto que o próprio Alckmin introduziu o tema no debate com Lula na TV Bandeirantes, domingo, para garantir que não pretende privatizar a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios. Em seguida, seu site de campanha publicou o ataque ao Vermelho.



Este portal não oculta o seu júbilo por se ver assim atacado. É reconfortante constatar que nosso desamor por Geraldo Alckmin é perfeitamente correspondido. Não pelo indivíduo Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, que não vem ao caso, mas pelo que ele representa política, histórica, social e eleitoralmente. Não gostamos do modelo neoliberal de FHC & Cia, nem da Opus Dei, nem do latifúndio, dos agiotas do capital financeiro ou dos contrabandistas da Daslu. Não gostamos do programa de desestatização que Alckmin comandou em São Paulo entre 1995 e 2000. E, entre o desmentido solene do candidato e a confissão por escrito do seu guru econômico, temos motivos para crer no primeiro.



O Vermelho proclama esta sua posição sabedor de que ela é coisa rara, numa mídia que se engajou em bloco na campanha pró-Alckmin e principalmente anti-Lula. Mas, justo por ser rara, ela é cada vez mais valorizada, e requisitada: valeu ao portal do galo um salto de visitação. Na semana passada ele teve 237 mil visitas e 990 mil páginas visitadas (page views). É estimulante constatar que Geraldo Alckmin não gosta do Vermelho, mas muita gente gosta.