Centrais Sindicais: pelo emprego, pelos 600 reais, pelo crescimento

Centrais sindicais

Diante da recessão econômica a qual o governo Bolsonaro empurrou o país, os trabalhadores não estão indiferentes. Essa é mensagem das centrais sindicais, que realizaram um ato unitário pela derrubada do veto da desoneração, pelo emprego, pela manutenção da ajuda emergencial de R$ 600 e pela retomada do crescimento econômico nesta terça-feira (3) na frente do Banco Central, em São Paulo.

Essa é uma luta que vem de setembro, quando houve o corte do auxílio emergencial pela metade. Os atos das centrais sindicais online evoluíram para essa manifestação presencial. E são manifestações justas porque sabidamente o valor de R$ 300 firmado pela Medida Provisória (MP) 1.000 não é suficiente para atender aos trabalhadores em suas necessidades essenciais durante aa pandemia.

Para a oposição no Congresso Nacional, a MP deve ser votada o quanto antes para que o valor possa voltar a ser o original, de R$ 600. Sem a votação, ela, que tem força de lei desde a sua edição, não pode ser alterada ou revogada.

A manutenção da desoneração da folha de pagamento, segundo as centrais, também é importante para que as empresas tenham condições de manter e gerar empregos. O Senado tem até o mês de dezembro para reverter o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto aprovado no Congresso Nacional que beneficia 17 setores da economia que empregam mais de 6 milhões de pessoas.

Como sempre, a política de “juste fiscal” aparece como justificativa para o veto. De acordo com o governo, a desoneração custaria R$ 4,9 bilhões em gastos previstos na proposta de Orçamento do próximo ano, o que estouraria o teto de gastos. Sem essa medida, os empresários do setor avaliam que um milhão de pessoas poderiam perder os empregos – segundo as centrais, o número pode chegar a 1,5 milhão, que se somaria aos 14 milhões de desempregados e 20 milhões de desalentados.

A manifestação dessa terça-feira é mais uma ação que revela a gravidade da situação social do país diante da política econômica errática de Bolsonaro e Paulo Guedes. Aferrado à meta fiscal que beneficia apenas a ciranda financeira, o governo ignora a realidade trágica de um crescente contingente de brasileiros lançados à rua da amargura, sem perspectiva de que surja alguma fonte de renda. O avanço da crise e a indiferença do governo prenunciam um período que exigirá das forças progressistas desprendimento e grande disposição de luta.