Defender a vida é melhorar a vida do povo
osé Serra e os setores direitistas e conservadores que apoiam sua candidatura entraram no segundo turno da eleição sob a […]
Publicado 12/10/2010 06:27
osé Serra e os setores direitistas e conservadores que apoiam sua candidatura entraram no segundo turno da eleição sob a bandeira da hipocrisia e tentam fugir do debate programático (no qual eles não têm o que dizer) escondendo-se atrás de expressões vistosas como defesa da vida, elogios à maternidade e proclamações de fé religiosa. E, numa bravata perante um grupo de jornalistas, na véspera do reinício da campanha na tevê, o neoliberal José Serra disse que o principal “é dizer a verdade”.
Efetivamente, mas não é o que faz. Se ele fosse fiel às suas palavras, reconheceria que a defesa da vida exige ações concretas e não declarações farisaicas de fé religiosa. Mas, nesse debate, Serra – que se autoproclama como o “melhor ministro da Saúde” – tira o jaleco branco dos que salvam vidas e veste a capa preta dos inquisidores.
Se dissesse a verdade reconheceria que a defesa da vida impõe o debate programático do qual ele e o PSDB fogem. Defesa da vida vai muito além de declarações sonoras sobre a interrupção da gravidez, e exige decisões governamentais que envolvem a melhoria da renda e do emprego, da saúde e da educação, de moradias dignas, de saneamento e por aí vai.
Não foi o que aconteceu nos oito anos do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (do qual Serra foi um dos principais ministros) nem nos 16 anos do governo tucano em São Paulo, quando a polícia comandada por José Serra se tornou campeã de mortes, impondo uma verdadeira pena de morte à margem da lei, no Estado. Só no primeiro semestre deste ano foram 117 mortes.
Uma forma de medir a melhoria da qualidade de vida num país é verificar o número de crianças que nascem e crescem saudáveis. Uma medida clássica, que revela a existência de ações concretas de defesa da vida é a mortalidade infantil (quantos bebês em cada grupo de mil morrem antes de completar um ano de idade). Em 2000, no Brasil, eram 35; hoje, esse número caiu para 22, revelando que a população tem melhores condições para cuidar de seus filhos. Outro dado significativo é o número médio de filhos por mulher em idade fértil. Quando a confiança no futuro cresce, os casais têm mais segurança e o número de filhos cresce. Isso é o que indicam os dados do IBGE ao mostrar que, em 2009, o número médio de filhos por mulher aumentou, chegando a 1,94 (quase dois, que é a cota necessária para a reposição da população do país).
Defesa da vida é isso, que foi feito pelo governo Lula e vai avançar com Dilma na Presidência da República: criar condições para que a vida possa se reproduzir com segurança e confiança. E, para isso, são necessárias ações do governo que façam o país avançar, crescer, com valorização do trabalho e distribuição de renda.
Declarações altissonantes que não são acompanhadas de um programa efetivo de mudanças que melhorem a vida do povo soam bem mas são vazias. São apenas propaganda para enganar o povo. Mas isso não vai dar certo pois os brasileiros já fizeram a experiência dos governos tucanos e sabem o que eles representam: empobrecimento, privatizações, humilhação nacional. Os tucanos não querem discutir esse tipo de coisa e apelam para os sentimentos nobres da população para tentar esconder sua falta de um programa que faça o Brasil avançar. É um conto do vigário contra o qual os brasileiros estão vacinados.