Dia 18: ocupar as ruas e derrotar o golpismo
A surpresa do consórcio direitista formado por setores do Judiciário e do Ministério Público, junto com partidos e a […]
Publicado 06/03/2016 19:13
A surpresa do consórcio direitista formado por setores do Judiciário e do Ministério Público, junto com partidos e a mídia golpista, foi visível ao longo do dia 4, a sexta-feira da indignação, na maneira acanhada com que, na televisão, se referiam ao sequestro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à pronta reação que aquele ato ilegítimo suscitou em todo o país.
Aquela reação foi confirmada no sábado (5) pela divulgação de pesquisa do instituto Vox Populi mostrando que 56% desaprovaram a inclusão de Lula na Lava Jato, 65% acharam exagerada a condução coercitiva, e 57% afirmaram que acreditam em Lula.
Tentaram matar a jararaca e não acertaram a cabeça mas o rabo, disse Lula no discurso em que, na sexta-feira, em São Paulo, manifestou seu inconformismo contra o golpe em andamento e demonstrou disposição para correr o país do Oiapoque ao Chuí em defesa da legalidade e do ciclo de mudanças iniciado com sua posse, em 2003. Terão “de me enfrentar nas ruas deste país", disse. “Sobrevivi à fome, e quem sobrevive à fome não desiste nunca”, garantiu.
A direita não esperava a reação popular tão intensa, expressiva e até espontânea. Ao contrário, durante a madrugada anterior à ação ilegal e golpista, imaginou fazer uma comemoração que não ocorreu!
Puxaram a toalha de nossa festa, poderia dizer, repetindo a reação do líder direitista Carlos Lacerda em 24 de agosto de 1954 quando o povo se levantou ao saber da notícia do suicídio de Getúlio Vargas e, nas ruas, varreu o golpe.
Dramaticidade semelhante em defesa da legalidade ocorre em nossos dias. E o alvo principal da ação golpista, Lula, manifesta sua disposição de ir às ruas contra os mesmos reacionários que vitimaram Getúlio Vargas, há mais de 60 anos. Hoje o combate é o mesmo, em defesa da democracia, e as ruas mostram semelhante força para barrar o golpe. Mais: para derrotar os golpistas definitivamente, o que não aconteceu naquela época; a direita e seus apaniguados só conseguiram dar seu golpe de estado em abril de 1964.
Hoje, não! A direita e seus associados devem ser derrotados agora e em 2018. Nas ruas e nas urnas!
Este é o grande temor dos conservadores – ficarem reduzidos ao lugar que lhes cabe na democracia brasileira, o de representar apenas os setores privilegiados para, se tiverem alguma chance, disputar eleições presidenciais. No voto, nas urnas, nunca no grito!
Protagonista do golpe contra a democracia e a legalidade, a Rede Globo tenta ir adiante na ação contra a democracia e escalou, no sábado e no domingo (4 e 5) dois de seus principais ventríloquos (Ricardo Noblat e Merval Pereira) para fazerem o apelo de sempre da direita, invocando o golpismo de setores militares.
Sem êxito. Hoje os militares preferem cumprir as funções que a Constituição determina e a sociedade espera deles. Não se deixam seduzir por apelos interesseiros dos conservadores que se opõem às mudanças que favorecem o povo e fortalecem a nação.
O apelo golpista manifestado por ventríloquos da Globo e da direita se choca com a sólida muralha legalista formada pela reação popular e pela consciência democrática brasileira.
O país está dividido, diz a direita. É preciso reconhecer que sim, está – e quem o divide é justamente a defesa dos interesses antidemocráticos e ilegais da elite que olha para o país como se fosse uma propriedade particular sua.
O Brasil está dividido. De um lado, está a minoria privilegiada e golpista. Do outro, a grande maioria dos brasileiros que querem o progresso social, o fortalecimento da nação e o bem-estar do povo.
É este Brasil, dos brasileiros, dos trabalhadores, do povo, que precisa reagir à altura, nas ruas, nos debates, na luta de ideias, para assegurar o avanço.
A agressão contra Lula é inaceitável porque atinge a própria democracia para acelerar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Atinge a cada um dos brasileiros!
Em defesa do mandato de Dilma Rousseff e da legalidade, é preciso uma mobilização intensa e ampla, luta e vigília de todos os democratas, de todas as forças vivas do povo e dos trabalhadores. A indignação dever alcançar amplos segmentos sociais para que tomem posição e se insurjam em defesa da democracia e do ex-presidente Lula.
É preciso realizar, conforme o chamado da Frente Brasil Popular, grandes atos no dia 18. Há que encher as ruas com as maiores jornadas do último período, para que os golpistas voltem às suas tocas.
“A democracia vencerá o golpismo!” O golpe não passará!