Fim do auxílio emergencial é crueldade bolsonarista

Em todo o Brasil o povo buscou auxílio emergencial´(Foto: Reprodução)

Os milhões de brasileiros e brasileiras entre os mais pobres da população brasileira, que hoje dependem do auxílio emergencial para se alimentar, morar e vestir, serão abandonados à própria sorte, por decisão do governo Bolsonaro, a partir de janeiro.  Usando argumento falso de que a economia estaria se recuperando em V – queda seguida de retomada –, com aumento de oferta de empregos, da poupança interna, decreta friamente que não seria “mais necessário auxílio governamentais”.

Bolsonaro decreta o fim do auxílio emergencial exatamente quando o desemprego bate recorde sobre recorde, podendo chegar a 15% até o final do ano. A inflação dos alimentos continua em alta e a pandemia recrudesce nos centros urbanos. É uma mentira, portanto, de consequências sociais graves afirmar que o auxílio emergencial pode ser extinto, porquanto o mercado formal e informal aquecido já teria potencial de incorporar milhões dos beneficiários.

Com uma máscara de humanista, Paulo Guedes meses atrás se gabava de o governo Bolsonaro ter localizado milhões de “invisíveis”, pessoas em situação de pobreza extrema que não estavam listadas em nenhum cadastro social. Pois que agora, todos e todas visíveis ou invisíveis, de maneira fria e cruel, são literalmente largados à própria sorte. Sem o auxílio emergencial, saíram a campo de forma desordenada a procura do pão, como sentenciou o presidente Jair Bolsonaro. Isso Quando a Covid-19 tem um repique e quando é tido e havido que não há mercado de trabalho para absorvê-los.

As forças democráticas, de esquerda, entre elas o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – a através de sua bancada –, têm pressionado, lutado, para que a Câmara dos Deputados vote a Medida Provisória 1000/20 que prorrogou o auxílio até o final deste mês de dezembro, porém cortado pela metade. Todavia, a maioria governista, com a cumplicidade de outros partidos de direita, interditou o debate.

A extrema direita e a direita neoliberais, com Bolsonaro à frente, convergiram nesta crueldade de acabar sem nenhuma mediação o auxílio emergencial. Além de agravar a tragédia social, a extinção do auxílio irá retardar a retomada da economia, posto que reduzirá o consumo das famílias.

Esse tema e outros de gravidade equivalente, como é caso da privatização anunciada da Eletrobrás e dos Correios, e, ainda, a renitente irresponsabilidade do governo no enfrentamento da pandemia que agora se evidencia na negligência quanto ao direito do povo à vacina, exigem das forças democráticas e progressistas capacidade de convergência e ação conjuntas em defesa do Brasil e do povo.