Governadores e sociedade unem força para salvar Brasil

Sem tratamento ou vacina, melhor prevenção contra Covid-19 é distanciamento, higienização das mãos e uso de máscara.

Grandes iniciativas. Essa é a definição mais exata da proposta de criação um comitê gestor da crise e da nota conjunta de entidades intitulada “O povo não pode pagar com a própria vida”. No primeiro caso, 21 dos 27 governadores lançaram um documento propondo a formação de pacto nacional pela vida e saúde. No segundo, o texto é assinado pelas entidades integrantes do Pacto pela Vida e pelo Brasil (CNBB, OAB, ABI, SBPC, ABC e Comissão Arns). São iniciativas como essas que vão formando um campo de combate efetivo ao bolsonarismo.

Para o comitê gestor, a ser integrado por representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário e assessorado por uma comissão de especialista, são propostos como temas centrais a expansão da vacina, o apoio a medidas preventivas e aos estados para a ampliação de leitos hospitalares. Já as entidades afirmam que “é hora de estancar a escalada da morte” e propõem cobrar do governo Jair Bolsonaro uma política mais responsável e efetiva frente à pandemia de Covid-19.

Sãos essas as questões essenciais que deveriam estar no centro das atenções do governo federal. Os motivos pelos quais o presidente Bolsonaro e sua equipe não dão a mínima para elas são bem conhecidos. A questão é não ficar só na constatação.

Os brasileiros têm forças capazes de enfrentar essa dura realidade – uma combinação de efeitos das crises econômica e sanitária, uma alimentando a outra – e conter o avanço da tragédia social que se abate sobre o país. O governo federal tem demonstrado resistência a tomar iniciativa no sentido de criar as condições para que esses efeitos sejam contidos. Bolsonaro está atado a uma política macroeconômica contracionista e fiscalista, que despreza o sofrimento do povo e da qual não demonstra o menor sinal de rompimento.

Ao mesmo tempo, suas platitudes e irresponsabilidades, permeadas de obscurantismo e obtusidade, são as respostas já sistematizadas pelo presidente e por sua equipe. Premidos por eventuais circunstâncias, eles fazem acenos na direção de algumas atitudes, mas, como sempre, logo tudo volta à estaca zero. Com essas conhecidas manobras, que atendem somente a interesses politiqueiros, eles tentam enrolar o país e manter uma conduta genocida.

Essas duas iniciativas têm potencial para se somar a outras, o que pode formar um amplo movimento capaz de ações com condições de enfrentar o bolsonarismo e socorrer o povo. No caso dos governadores, sobretudo, trata-se de um movimento representativo de poderes e da sociedade, uma nítida demarcação com Bolsonaro. Cumpre agora ampliar mais ainda essas iniciativas e reforçá-las com os segmentos da sociedade que atuam no combate às causas da crise e na defesa dos interesses da população.