Leilão do pré-sal agride a soberania nacional
A festa das multinacionais petroleiras no Brasil será regada a petróleo muito mais barato que uma garrafa de refrigerante, denuncia […]
Publicado 26/10/2017 19:06
A festa das multinacionais petroleiras no Brasil será regada a petróleo muito mais barato que uma garrafa de refrigerante, denuncia o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel. O petróleo das áreas do pré-sal que vão a leilão nesta sexta-feira (27) vai custar uma bagatela: cada barril de 159 litros sairá por R$ 150,00, diz a denúncia.
Esta é a imagem mais visível do entreguismo do governo usurpador de Michel Temer e da direção antinacional da Petrobrás, sob o comando do capacho das petroleiras, Pedro Parente.
A entrega a preço vil da riqueza que pertence ao povo brasileiro, e que a legislação revogada por Temer protegia e destinava ao desenvolvimento nacional, é o principal aspecto desta traição à pátria e aos brasileiros. Mas há outros aspectos que precisam ser destacados.
O mais veemente deles é a genuflexão do governo golpista aos interesses das mais destacadas e denunciadas entre as multinacionais do imperialismo. A destruição da Petrobras e a entrega do petróleo do pré-sal estava inscrita, com força, na bandeira dos golpistas, e com este leilão vergonhoso, a preço vil, Temer paga um pedaço importante da conta do golpe de 2016.
Temer e Pedro Parente enxovalham a soberania nacional e destroem a economia também com a legislação que o golpe fez aprovar neste ano aziago para o Brasil.
Eliminou o Fundo Social para a Saúde e Educação formado com recursos do pré-sal; revogou a participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal, onde estão as maiores reservas recém-descobertas em todo o mundo, que colocam o Brasil entre os grandes produtores mundiais de petróleo.
Outro aspecto dramático, e emblemático, do entreguismo é o fim da política de conteúdo local, que estabelece a obrigatoriedade de encomendar a indústrias brasileiras equipamentos e plataformas para a exploração do petróleo. Agora, sob o comando dos golpistas, estas encomendas podem ser feitas no exterior, com enorme prejuízo para a indústria brasileira e desemprego para os nossos trabalhadores.
Protegido pela decisão judicial que cassou a liminar que o vetava, o leilão de áreas do pré-sal foi realizado nesta sexta–feira (27), pela ANP, no Rio de Janeiro.
A negociata, que afronta a soberania brasileira, transfere para empresas multinacionais, a preço irrisório, uma riqueza que pertence ao povo brasileiro. O dinheiro arrecadado pelo governo foi de apenas R$ 6,15 bilhões. O cálculo do governo era modesto, e favorecia as empresas que venceriam o leilão. Esperava obter modestos R$ 7,75 bilhões, pouco mais da metade do obtido pelo governo Dilma Rousseff em 2013 no leilão do campo de Libra.
Além de irrisória – pior ainda, diante do descalabro das contas do governo, cujo rombo fiscal é crescente – a negociata ocorrida no Rio de Janeiro revela o desapreço do governo Temer pela soberania nacional, pela integridade da Petrobrás e pelo bem estar dos brasileiros. No mesmo momento em que o governo ilegítimo corta verbas para áreas sociais e para investimentos que geram desenvolvimento e empregos, Temer se esmera em favorecer empresas multinacionais e oferece a elas riquezas que não pertencem a seu governo, mas à sociedade nacional. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denuncia que “nossa soberania está indo para o ralo, junto com nossos empregos e o desenvolvimento do país”.
Desindustrialização, queda na arrecadação do governo e desemprego – estes são alguns dos resultados malsãos da ação entreguista do governo golpista.
Os brasileiros rejeitam o desmonte da economia nacional promovido pelo governo golpista. E ficam indignados com a inaceitável subordinação do país às imposições do imperialismo e das empresas multinacionais. A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, formada no Congresso Nacional por deputados e senadores progressistas e nacionalistas, divulgou, nesta quarta-feira (25), seu “Manifesto contra a entrega do petróleo”. E alertou que um futuro governo democrático vai retomar as empresas privatizadas, “na condição de mercadoria roubada”. Ao mesmo tempo, organizou um abaixo assinado a favor de um Plebiscito Revogatório das medidas antipopulares do governo Temer, e convoca o povo para “uma nova Campanha do Petróleo”.
Contra a entrega do patrimônio, das empresas e das riquezas nacionais, a luta por uma nova independência se impõe aos brasileiros, que não aceitam o entreguismo do governo ilegítimo de Michel Temer.