Novo ministro da Saúde manterá política genocida de Bolsonaro

A posse do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não aponta nenhuma perspectiva de melhora efetiva na conduta do governo, num momento em que o país bate recordes diários de óbitos e se aproxima dos 300 mil mortos. Vale lembrar que Bolsonaro recusou a indicação, pelo chamado “centrão”, da médica Ludhmilla Hajjar, que poderia imprimir alguma mudança de rumo, mas a pressão de segmentos negacionistas prevaleceu.

Isso, além de significar a continuidade do modelo ineficiente e irresponsável do agora ex-ministro Eduardo Pazzuelo – que na verdade é de Bolsonaro – pode resultar em algum tipo de tensão com a base parlamentar, que está preocupada com o desgaste do governo, como registra o Datafolha, apontando que 54% dos entrevistados avaliam como ruim ou péssimo o desempenho do presidente Jair Bolsonaro na gestão da crise da pandemia.

A troca de ministros sem alterar a política do governo na gestão do Ministério da Saúde indica que a política genocida segue inalterada. Nesse contexto, surge a importante iniciativa de ação conjunta de gestores (governadores e prefeitos), com apoio de segmentos diversos da sociedade, na busca de implementar medidas de proteção à vida e de contenção da Covid-19, bem como viabilizar a vacinação no prazo mais breve possível. Formam-se, assim, dois campos opostos.

Os prognósticos são de que o bolsonarismo levará a tragédia social e sanitária que assola o país a dimensões imponderáveis. Basta algum bom senso para saber que seria no mínimo irresponsabilidade não agir com vigor e força para conter essa escalada de contágios e mortes. E isso começa pela clareza de que o epicentro da crise é o Palácio do Planalto, onde se encontra o principal ideólogo desse verdadeiro genocídio.

Isso posto, cabe enfatizar que a oposição tem a enorme responsabilidade de socorrer o povo e defender a nação, ao mesmo tempo em que se impõe a urgência de dar um basta nos abusos bolsonaristas. O desafio é de abrir caminhos por meio da união de forças para, imediatamente, conter esse genocídio. A iniciativa de governadores e prefeitos é decisiva – assim como outras, como o “Pacto pela vida” que reúne a CNBB, a OAB, a SBPC, a ABC, a ABI e a Comissão Arns e o Fórum “Direitos já” –, mas ela precisa de respaldo popular, que pode vir de outros segmentos democráticos da sociedade.

A convergência dessas ações num vigoroso movimento surge como possível caminho para se formar um polo com força capaz de deter a marcha insana do bolsonarismo. A crise sanitária, que se potencializa rapidamente com a crise econômica e a inação irresponsável do governo Bolsonaro, formando a maior tragédia social da história brasileira, chegou a um ponto em que todas as energias democráticas precisam ser mobilizadas. A troca de ministros da Saúde se dá nesse contexto. Ou seja: a criminosa gestão de Bolsonaro precisa de um ponto final imediatamente.