O apagão no Amapá e a irresponsabilidade de Bolsonaro

O descalabro em que se encontra o estado do Amapá é o retrato do Brasil em que os serviços públicos foram relegados ao abandono. O povo sofre com a falta de energia e com ela vem a falta de água e a carestia de alimentos por conta da falta de refrigeração numa região em que o calor é sempre elevado. Há ainda o grande número de casos de Covid-19 e outras doenças decorrentes da água insalubre e da alimentação precária, além da quebradeira de microempreendedores e grandes prejuízos à atividade econômica. A maior responsável é a empresa transmissora, que era de um grupo espanhol, Isolux, que faliu. Foi comprado por um fundo abutre, que pouco entende do setor elétrico.

Já o governo Bolsonaro demorou a responder à emergência, deixando o povo à míngua, e quando agiu foi de forma aquém das necessidades. Como disse a deputada Professora Marcivânia, do PCdoB do estado, a falta de energia tem provocado inúmeras dificuldades para a população. “Nossos comerciantes estão no prejuízo, perdendo mercadorias. Muitos dos nossos idosos estão correndo riscos em meio a uma pandemia e tendo de ir atrás de coisas básicas, como água potável. As crianças estão sem entender nada, inquietas, passando calor e dormindo na completa escuridão”, afirmou ela em seu Instagram.

A deputada lembra que o estado é um dos principais geradores de energia elétrica. São quatro hidrelétricas em atividade. O apagão é o símbolo de uma política injusta, equivocada, de interligação nacional de energia, que não beneficiou o Amapá, mesmo sendo um estado gerador de energia elétrica. “Desde o início dessa crise, estamos driblando as dificuldades de comunicação para articular a solução mais eficaz e célere para evitar ainda mais perdas e uma situação de caos social”, disse a deputada.

Enquanto o governo Bolsonaro age com descaso, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ofereceu ajuda ao governador do Amapá, Waldez Goés (PDT), para socorrer a população. “Bolsonaro já se deslocou para o Amapá, em solidariedade à população que está com graves sofrimentos e transtornos? Qual a ajuda que será dada aos comerciantes que estão acumulando gigantescos prejuízos?”, questionou o governado maranhense no Twitter.

Enquanto o descaso prossegue, o Amapá voltou a enfrentar na noite da terça-feira (17) um novo apagão após o sistema de abastecimento do estado falhar mais uma vez. A população voltou a protestar, bloqueando vias e avenidas, enquanto o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o novo apagão pode ter ocorrido no momento da “energização” de uma linha de transmissão.

Esse é mais caso em que a ausência do Estado, atado pela política bosonarista de abandono de áreas essenciais como a infraestrutura do país, provoca sofrimento à população. O descompromisso do governo federal com as necessidades do povo é o principal responsável pelo caos que castiga o povo do Amapá.