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O desastre econômico de Bolsonaro e Guedes

A previsão do Banco Mundial de queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) – o  Relatório Focus, do Banco […]

Foto: Reprodução

A previsão do Banco Mundial de queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) – o  Relatório Focus, do Banco Central (BC), prevê uma redução de 6,48% -, um dos piores resultados globais, sinaliza a perspectiva de um sério agravamento da tragédia social provocada pela pandemia do coronavírus e pela irresponsabilidade do governo Bolsonaro. É a maior queda prevista para a América Latina.

A desaceleração abrupta nos Estados Unidos e na China interrompeu a cadeia de suprimentos para México e Brasil e causou uma queda acentuada nas exportações em países como Chile e Peru, explicou o Banco Mundial. Na América Central, o choque ocorreu devido à severa contração nos Estados Unidos que afetou o comércio e as remessas dos migrantes. No México e no Caribe, o golpe também ocorreu devido ao colapso da indústria do turismo.

Segundo o Banco Mundial, a previsão é de uma contração do PIB per capita em 90% dos países emergentes, o que pode arrastar “milhões de pessoas à pobreza”. O relatório alertou que os mercados emergentes também serão atingidos por um crescimento mais fraco na China e um colapso na demanda global por matérias-primas, especialmente petróleo.

Num cenário assim, o óbvio seria uma ação do Estado para controlar a propagação do coronavírus, proteger os setores da população mais vulneráveis e socorrer a economia nacional. Mas o governo Bolsonaro tem feito exatamente o contrário. Além de incentivar a violação das regras de isolamento social, ignora a situação dramática dos atingidos pela crise econômica.

A Covid-19 agravou muito a economia do país, mas antes a situação já era crítica. O próprio Banco Mundial projetava um crescimento de 2% para o Brasil neste ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) previu 1,1%. De acordo com relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 41% das empresas se encontravam em recessão no final do ano passado. O desemprego atingia mais de 12 milhões de trabalhadores.

Os dados sobre o desemprego atualmente são alarmantes. O IBGE aponta que a taxa saltou de 11,2% no trimestre até janeiro para 12,6% em abril. Mas, segundo projeção do Itaú Unibanco, o número é bem pior. O distanciamento social tem reduzido a procura por trabalho, fazendo com que o desemprego pareça menor do que é.

Os dados anteriores à pandemia eram resultado da política ultraliberal do governo Bolsonaro, comandada pelo seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Com a Covid-19, a insistência nessa receita causou mais estragos. Ao contrário de outros governos, inclusive de orientação neoliberal, e das recomendações de um largo espectro de economistas, Bolsonaro e Guedes se recusaram a lançar mão de auxílio do Estado para fazer frente ao agravamento da crise.