O imperialismo não é invencível

O ataque que as tropas de ocupação do imperialismo estadunidense e da Otan no Afeganistão sofreram no último sábado (6) […]

O ataque que as tropas de ocupação do imperialismo estadunidense e da Otan no Afeganistão sofreram no último sábado (6) representou um duro golpe para a estratégia imperialista, expondo as suas contradições. Ao longo do ano em curso, os agressores têm realizado bombardeios sistemáticos em localidades que identificam como “redutos do inimigo”. São operações especiais para caçar combatentes do Taliban, mas invariavelmente a população civil é atingida, provocando reações dentro do próprio governo títere de Hamid Karzai.

Desta vez, o grupo de elite denominado Seal, o mesmo que assassinou Osama Bin Laden, foi atingido pelas forças da resistência, resultando na morte de 31 soldados estadunidenses e sete oficiais do governo afegão. Foi a maior perda de vidas norte-americanas no Afeganistão num único incidente desde que a guerra começou há dez anos.

O imperialismo norte-americano e seus aliados da Otan – organização que ampliou o escopo da sua ação agressiva com a adoção no ano passado de uma nova doutrina estratégica – anunciou para efeitos propagandísticos um plano de retirada do país centro-asiático. O fato, porém, é que o Afeganistão continua ocupado por cerca de 133.000 soldados da Otan, a maioria deles membros das Forças Armadas dos EUA.

O presidente Barack Obama enalteceu o “heroísmo” dos soldados mortos dizendo que morreram em nome da segurança dos Estados Unidos e que o país continuará levando adiante a “guerra ao terrorismo”. A mídia monopolista internacional e a brasileira colonizada noticiaram a derrubada do helicóptero da Otan/EUA como um ato terrorista. Na verdade, foi um confronto, um episódio de guerra que, tal como outros tantos ocorridos ao longo de 2011, é revelador de que os agressores estão sofrendo sucessivos reveses e o número de baixas só tem aumentado.

Em 7 de outubro próximo, a ocupação do Afeganistão completará dez anos. As forças imperialistas vão iniciar a segunda década dessa inglória guerra sem conquistar nenhum dos propalados objetivos de promover a paz e a segurança internacional. É duvidoso que o reconhecimento do heroísmo dos caídos nessa guerra em nome da segurança dos EUA e dos países da Otan convençam as populações estadunidense e europeia de sua legitimidade.

Os tempos atuais não são propícios a esse tipo de violência, embora esta seja cada vez mais típica dos métodos de exercício da “governabilidade” mundial pelas potências imperialistas. Muito ao contrário, o país centro-asiático está sendo o cenário de uma vergonhosa derrota dos militaristas e agressores estadunidenses e europeus. Desde o processo de descolonização que se intensificou e praticamente se completou durante a segunda metade do século 20, elevou-se a consciência dos povos para defender a soberania e a autodeterminação. As guerras imperialistas são um anacronismo, como é o próprio imperialismo. Inexoravelmente elas despertam a resistência dos povos. Estão certas as forças políticas e os movimentos sociais que dizem que o imperialismo não é invencível e será derrotado.