Por que Aldo é a melhor alternativa para o governo e para a Câmara

A disputa da presidência da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados encerra significados de fundo para o projeto político que se busca constituir no país, no novo ciclo aberto em 2002 com a vitória de Lula e confirmado em 2006 com a reeleição do presidente.


 


A reeleição de Lula se deu com base em novos compromissos e nova compreensão do próprio presidente acerca da necessária composição de forças políticas de sustentação do governo. Por isso, pelos motivos que irá se discorrer, a reeleição de Aldo Rebelo à presidência da Câmara é o caminho mais acertado e promissor. 


 


Em primeiro lugar, para a base de sustentação do governo. Aldo Rebelo é garantia de uma concepção mais acertada de governo de coalizão de forças. Aliás, ele foi um dos artífices pioneiros dessa concepção, já quando exerceu o cargo de Ministro, dando à articulação política do governo esse caráter, malgrado todas as dificuldades que enfrentou da parte do próprio PT na época. Na presidência da Câmara, ele representa um melhor equilíbrio para que essas forças, integradas por dez partidos, tenham voz, representação e canais mais efetivos para a condução política do país.


 


Em segundo lugar, para o caráter da própria Câmara dos Deputados. Ela só pode cumprir seu papel, adquirir protagonismo próprio, sua independência como poder da República e como instituição, se for concebida como a casa onde se expressa o conjunto das forças políticas do país, que representam a vontade da sociedade, seja da base governista, seja da oposição, que é indispensável ao jogo democrático.


 


Pelo respeito que granjeou, pela serenidade e pela concepção do papel da Câmara, Aldo Rebelo é a melhor garantia de que todas essas forças tenham papel real na condução democrática da Mesa Diretora e de valorização do Poder Legislativo. Aliás, esse papel foi realçado com as medidas promovidas por Aldo no atual mandato, a um só tempo atento à pressão da sociedade, firme e respeitante da vontade de seus pares, mediante o colégio de líderes. Foi devido a isso mesmo que sua eleição promoveu a recuperação do governo frente à crise política instalada com a vitória de Severino Cavalcanti e as denúncias que atingiram o PT.


 


Conforme afirmou o presidente do PCdoB, Renato Rabelo – na entrevista que concedeu ao Vermelho —  é exatamente essas duas dimensões da candidatura Aldo que levam os comunistas a terem a convicção de que ele é quem tem o melhor perfil para o cargo porque “tem conceito muito forte no âmbito da base e da oposição e se coloca como candidato expressivo da instituição”.


 


Aldo, portanto, reúne condições políticas que o candidato petista não tem. Ao mesmo tempo em que é o melhor nome para representar as forças da coalizão governista, ele tem trânsito e goza de respeito no conjunto das legendas presentes na Câmara, inclusive, as da oposição.


 


Aliás, esses motivos e outros como a lealdade e a competência para defender o presidente e seu governo, levaram Lula a proclamar para diversos interlocutores da base aliada que Aldo é a melhor opção à presidência da Câmara. É oportuno, portanto, que seja sublinhado que a candidatura Aldo tem entre as águas de suas nascentes o incentivo e respaldo de Lula. 


 


Há muita coisa em jogo nessa disputa. Talvez o principal seja a concepção de governo. Irão se repetir equívocos do primeiro mandato? A resultante será um processo político e um governo “hegemonizado” pelo PT? Ou conseguirá o presidente Lula fazer valer seu compromisso de constituir um governo verdadeiramente de coalizão capaz de responder às expectativas do povo?


 


O que salta aos olhos é que a condução do PT ao cargo da presidência da Câmara não é hoje o que melhor faculta o avanço da construção do novo caminho aberto pela vontade do povo nas urnas. Produziria um jogo de pressões e contrapressões, entre governo e Congresso, que poderia levar a gargalos desnecessários entre situação e oposição e na própria base do governo. O PT tem um grande papel a cumprir, mas maior que o PT é efetivamente uma ampla coalizão de forças governando o país.


 


Por isso, na Presidência da Câmara dos Deputados a melhor opção é Aldo Rebelo.