Resistir e lutar contra os golpistas do PSDB e da mídia
As manobras golpistas da oposição neoliberal e conservadora, encabeçada pelo PSDB de FHC, Aécio, Serra et caterva, com o indeclinável […]
Publicado 09/02/2015 07:26
As manobras golpistas da oposição neoliberal e conservadora, encabeçada pelo PSDB de FHC, Aécio, Serra et caterva, com o indeclinável apoio da mídia monopolista privada, continuam no centro da conjuntura política nacional. As palavras de ordem do comando oposicionista são encurralar a presidenta Dilma Rousseff, gerar instabilidade política, semear clima de ingovernabilidade, criminalizar o Partido dos Trabalhadores e as organizações do movimento sindical, estudantil e popular. O roteiro prevê o impeachment ou qualquer outra forma de afastamento da mandatária do poder.
Para isso, o PSDB e os seus aliados calculam contar com a Câmara dos Deputados, valendo-se do resultado da eleição para a Mesa dessa casa legislativa, que supostamente tem em suas mãos o poder de definir a agenda política nacional.
Conjuga-se o nauseante uso político da Operação Lava Jato com a fabricação de Comissões Parlamentares de Inquérito que, sem nada a acrescentar às investigações conduzidas por instituições policiais e judiciárias, são feitas por encomenda para turvar ainda mais o ambiente político. Agrega-se a isso uma campanha sistemática pelo desmonte e a privatização da Petrobras.
Compõe o quadro o atropelo na tramitação da Reforma Política, ignorando a discussão acumulada na sociedade e o clamor nacional para que essa reforma democratize de fato a vida política, o que só será possível se for tomado como ponto de partida a eliminação da influência do poder econômico nas eleições. Porém, as medidas que estão sendo urdidas na Câmara mantêm intocado o financiamento empresarial das campanhas eleitorais e introduzem mudanças condenáveis do ponto de vista democrático, como a cláusula de barreira, a proibição de coligações proporcionais e o chamado distritão, desprezando as listas partidárias.
Em face das ameaças que pesam sobre o país, o ato comemorativo do 35º aniversário de fundação do PT, realizado na última sexta-feira (6), em Belo Horizonte, foi um bom ponto de partida para a retomada da iniciativa por parte das forças progressistas e de esquerda. Resistir e lutar, rechaçar as manobras golpistas, enfrentar os grandes desafios nacionais são as mensagens essenciais que se pode depreender dos pronunciamentos da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. “O voto popular deu legitimidade para continuarmos as mudanças" (…) "Diante da crise, sempre tivemos força para reagir. Os que estão inconformados com o resultado das urnas só têm medo da participação popular, têm medo da democracia. Mas temos força para resistir ao golpismo e ao retrocesso” – afirmou a mandatária, numa demonstração de serenidade, firmeza e energia, para o desencanto dos que a julgam muda, paralisada, isolada e antecipadamente batida.
Num quadro em que a força política dirigente da coalizão que governa o país há 12 anos está no alvo de brutal ofensiva, diante de erros cometidos e das pressões para adotar um rumo contrário aos interesses nacionais e populares, têm peso especial as autocríticas e advertências feitas por Lula, como líder maior do partido, o apelo por uma mudança de conduta e atitudes, assim como a reafirmação do caráter essencial dos compromissos com que o PT foi guindado pelo povo ao poder: “Jamais traímos o compromisso com as camadas mais pobres da população”, afirmou.
Para retomar a iniciativa, organizar a resistência e a luta, mais do que nunca o país necessita da unidade das forças democráticas e progressistas e da mobilização popular. É este o sentido da mensagem enviada ao PT pelo presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo: “O PCdoB compreende que em tal conjuntura singular a premissa é defender o mandato da presidenta da República” (…) “Temos a compreensão de que é preciso contribuir para três tarefas candentes e impositivas na atual conjuntura, numa relação de confiança mútua com a presidenta: reinício da reestruturação da base parlamentar do governo no Congresso Nacional; união pela retomada do crescimento econômico o mais rápido, garantindo assim, a continuidade da geração de emprego e renda, assegurando os direitos sociais; e diálogo sistêmico e continuado com a base social que elegeu a presidenta e com as organizações representativas da sociedade”.
Nessa perspectiva de resistência e luta, soam esdrúxulos, estapafúrdios mesmo, os apelos à conciliação entre o PT e o PSDB, a partir de conversações entre os ex-presidentes Lula e FHC. Se for apenas ingenuidade, menos mal, mas se a proposta se baseia na consideração de que ambos os partidos não são forças antagônicas, mas complementares, estaremos diante de perigosa ilusão, útil apenas aos golpistas.
Resistir e lutar é o que a situação exige, avançar na realização das reformas e mudanças estruturais democráticas.