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Trabalhadores se unem contra Bolsonaro e sua política genocida

Esta sexta-feira, 7 de agosto de 2020, entrou para a história da classe trabalhadora brasileira como um dos mais importantes […]

Esta sexta-feira, 7 de agosto de 2020, entrou para a história da classe trabalhadora brasileira como um dos mais importantes dias de luta. Foi o Dia Nacional de Luto e de Luta em Defesa da Vida e do Emprego. A dimensão dos protestos que se espalharam pelo país pode ser medida pela indignação diante do número de mortos em decorrência da pandemia de coronavírus, que se aproxima de cem mil. Em geral, as vítimas são da classe trabalhadora, o povo obrigado a arriscar a vida para sobreviver.

O movimento sindical, que se uniu para organizar os protestos, tem denunciado essa situação desde que surgiram os primeiros sinais da pandemia. E esteve na linha de frente de mobilizações para a busca de medidas contra as consequências da doença, como a luta pelo auxílio emergencial, aprovado no Congresso Nacional, cuja aplicação o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez questão de protelar o quanto pôde.

Como salientaram os dirigentes sindicais, Bolsonaro não assumiu a coordenação política para que fosse adotado um processo de isolamento social. Pelo contrário; incentivou a quebra dessa regra básica para evitar a propagação do vírus e, em vez de socorrer o povo, priorizou o mundo financeiro. Como disse o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, “a preocupação de Bolsonaro e do medíocre ministro da Economia (Paulo Guedes) foi destinar 17% do PIB para socorrer os banqueiros.”

Fazendo referência a mais uma declaração irresponsável do presidente, que se pronunciou sobre a aproximação da marca de cem mil mortos dizendo ser necessário “tocar a vida”, Adilson Araújo indagou:  “Como é que nós podemos tocar a vida, diante de um desgoverno que não tem atenção para o seu povo?”

A omissão de Bolsonaro diante do agravamento da crise econômica com a pandemia também foi duramente criticada. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, o país precisa “sair rapidamente dessa crise, preservando vidas e empregos”. “Bolsonaro cada vez mais inclassificável. Todo respeito e solidariedade às quase cem mil famílias que perderam alguém na pandemia agravada pela incompetência e descaso desse governo genocida”, disse ele no Twitter.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, foi ainda mais duro. Em um vídeo divulgado nas redes sociais ele afirmou que não há como errar quando se busca o principal responsável por esse número de mortos. “A culpa, nós sabemos, com certeza é do governo federal. Precisamos, sim, cobrar medidas do governo federal para que se corrija o rumo do combate a esse vírus tão forte e letal”, diagnosticou.

Ubiraci Dantas de Oliveira, presidente Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), também fez o mesmo diagnóstico. “O Brasil está sem comando”, disse ele. E foi além, ao afirmar que “não vai ser um capitãozinho que vai impedir nosso povo de viver com dignidade, com direitos, empregos e salários”.

Outras lideranças sindicais se pronunciaram na mesma linha, uma demonstração de unidade no diagnóstico sobre o principal responsável pela crise. Essa unidade e a combatividade dos atos em todas as regiões do país são demonstrações de que existe um crescente movimento de enfrentamento com a política genocida de Bolsonaro, nos aspectos sanitário e econômico.