Um “brigadeiro” condenado a céu escuro
O primeiro mandato presidencial de Lula foi dominado por uma forte investida do conservadorismo e de seu contemporâneo “braço armado”: […]
Publicado 20/06/2007 11:47
O primeiro mandato presidencial de Lula foi dominado por uma forte investida do conservadorismo e de seu contemporâneo “braço armado”: o monopólio midiático. O objetivo era “impedir” o presidente de governar, sangrá-lo e, se possível, expeli-lo do Palácio do Planalto. Assim, o primeiro governo Lula fora vítima da mesma sina de outros governos da República comprometidos com a democracia: governar sob cerrado bombardeio da direita.
A soberba reeleição do presidente, uma oposição, momentaneamente, dividida e alquebrada pela derrota, a retomada do crescimento econômico, a coalizão de uma dúzia de legendas, a maioria no Congresso Nacional, o respaldo de duas dezenas de governadores, tudo isso contribuiu para nesses primeiros cinco meses do segundo mandato criar uma espécie de miragem: “céu de brigadeiro”. O Palácio do Planalto, talvez “cansado de guerra”, de tempos em tempos parece impelido a esse tipo de ilusão.
Alquebrada, a oposição a trancos e barrancos vai se pondo de pé. Recupera-se com relativa rapidez, uma vez que se alimenta do poderio econômico e financeiro do conservadorismo interno e do imperialismo. E tem um demolidor “braço armado”: a quase totalidade da grande mídia.
Não é nada patriótico imaginar que a direita neoliberal assistirá de braços cruzados ao êxito do segundo mandato de Lula. Se isso acontece é grande a chance de um triunfo, em 2010, de uma candidatura do campo político do presidente. Então, em vez de oito anos, o conservadorismo ficaria 12 anos fora do governo da República. Isso é demasiado danoso para a direita.
Desse modo é que se deve interpretar os seletivos vazamentos da Polícia Federal e a exagerada e contínua repercussão por parte da mídia e da oposição das denuncias que envolvem o irmão de Lula. Um cidadão é condenado sem direito de defesa, a honra de uma família é enxovalhada, tudo isso para golpear a autoridade do presidente República. Os membros da base aliada também estão na mira. A insistência da mídia para que se efetive a qualquer preço e sob qualquer pretexto a degola do presidente do Senado, Renan Calheiros, mostra que foi novamente aberta a “temporada de caça” aos aliados do presidente.
Tais “tiros de bazuca” contra o Palácio do Planalto devem servir de alerta. O governo deve aproveitar as condições favoráveis para sem demora, sem perda de tempo avançar nas realizações, ousar no cumprimento do programa, resgatar com celeridade os compromissos assumidos com o povo. Ceifar ilusões que medram à sua volta.
Governo oriundo do povo e compromissado com ele é assim: não tem paz. Não tem direito a “céu de brigadeiro”.