Um projeto eleitoral para fortalecer o PCdoB e a base aliada

O projeto eleitoral do Partido Comunista do Brasil, neste ano, tem dois eixos principais: fortalecer o Partido e lutar pela unidade da base do governo Dilma. Este foi o sentido do debate ocorrido no Comitê Central do PCdoB neste final de semana, como se depreende da análise do quadro eleitoral apresentada naquele coletivo pelo presidente nacional, Renato Rabelo.

Será o maior esforço eleitoral da história dos comunistas. O Partido realizou convenções em 2100 municípios de 26 Estados; elas aprovaram 225 candidaturas às prefeituras, 140 a vice e perto de 10 mil para vereadores.

Os comunistas vão disputar seis prefeituras de capitais, participarão como vice em outras quatro capitais, concorrerão a prefeito em 25 cidades-polos regionais, além de outras 45 em municípios de grande expressão regional. Nas dez capitais onde os comunistas disputam a prefeitura ou a vice, sete são candidatas mulheres, um dado significativo que reforça e exprime a decisão partidária de impulsionar a participação feminina em cargos de importância estratégica.

Outra dimensão do embate eleitoral destacada pela direção comunista é o fato de que, sendo municipais – com as características próprias da disputa neste nível básico do sistema de poder que é o município – o resultado da eleição terá forte influência sobre a disputa de 2014, onde estarão em jogo a presidência da República, governos estaduais, deputados federais e senadores. Em certa medida, a disputa de 2012 antecipa 2014 e cumpre o papel de um certo rearranjo das forças políticas na base do governo tendo em vista aquela disputa maior.

É neste sentido que os comunistas destacam a busca pelo fortalecimento da unidade da frente que apoia o atual projeto político cuja implantação foi iniciada pelo presidente Lula, em 2003, prossegue com Dilma a voltará a ser julgado (com certeza vitoriosamente) pelos brasileiros em 2014. A importância de 2012 se destaca nessa perspectiva: a derrota da direita neoliberal em outubro enfraquecerá ainda mais a oposição tucana e conservadora, aumentando suas dificuldades eleitorais.

Neste sentido, serão paradigmáticas as disputas em São Paulo, Manaus e Salvador, onde caciques demotucanos (como José Serra, Artur Virgílio e ACM Neto) tentarão marcar pontos para 2014.

A derrota do projeto conservador nestas capitais poderá fortalecer ainda mais o caminho para o segundo mandato de Dilma Rousseff. Daí a ênfase dada por Renato Rabelo à aliança com Lula, Dilma e o Partido dos Trabalhadores mesmo que, na realidade concreta dos municípios, ela se expresse muitas vezes na caminhada ora com o PT ora com o PSB.

O fundamental, para os comunistas, é que acima destas disputas pontuais impõe-se a realidade maior do fortalecimento da base do governo – traduzindo-se, na disputa deste ano, na busca de compromissos de boa convivência entre os postulantes que fazem parte da base do governo e de convergência, onde houver segundo turno, para assegurar a vitória de uma candidatura da base.