Unidade ampla contra o fascismo marca o painel internacional do Festival Vermelho

O painel “Um século de luta por um mundo solidário e socialista” abriu os trabalhos na manhã do segundo dia do Festival Vermelho, neste sábado (26). A atividade aconteceu no Teatro Popular Oscar Niemeyer, que ficou lotado durante a realização do evento.

Fotos: Bruno Bou Hoya

Coordenado pela secretária de Relações Internacionais do PCdoB, Ana Maria Prestes, o painel contou com a presença do ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim; da cônsul geral adjunta da China, Chen Xialoing; do vice-chefe coordenador do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, Ángel Arzuaga Reyes; da deputada do Partido Comunista do Chile, Karol Cariola; da secretária geral do Morena (México), Citlalli Hernández; do presidente do Partido Comunista da Espanha, José Luís Centella; do responsável pela seção internacional do Partido Comunista Português, Pedro Guerreiro; do representante do Partido Comunista do Uruguai e coordenador regional Sul do Foro de São Paulo, Rony Corbo; do senador do MAS (Bolívia), Adolfo Mendoza; e do vice-presidente do Partido Comunista da África do Sul, Chris Mathako.

Em comum, todos os participantes falaram da necessidade de unidade internacional para combater as forças conservadoras, fascistas e ultraliberais e parabenizaram o PCdoB pelos seus 100 anos de lutas em defesa do Brasil, de seu povo e do socialismo. O ex-ministro Celso Amorim lembrou que o PCdoB “sempre foi, para o Brasil e para o mundo, uma força em defesa da paz e autodeterminação dos povos”. Amorim também falou da necessidade de ampliar as lutas e o seu caráter internacionalista.

Ana Maria Prestes é secretária de Relações Internacionais do PCdoB
Foto; Bruno Bou Hoya

“Não podemos subestimar a força da extrema direita na nossa região. É um movimento internacional. Não é uma luta que podemos limitar a um país. É uma luta muito mais ampla, muito mais complexa, que é extremamente difícil e que se vale de meios cujo enfrentamento não é fácil. Precisamos de uma grande frente democrática para enfrentar e derrotar esses segmentos”, afirmou.

O representante do Partido Comunista de Cuba, Ángel Arzuaga Reyes, destacou os vínculos históricos dos comunistas cubanos com o PCdoB, ressaltando a proximidade entre as juventudes dos partidos. Ele enfatizou o passado de luta contra ditaduras e reconheceu o papel dos comunistas brasileiros no plano internacional.

“Este encontro acontece num cenário complexo de crise global, pandemia e guerras. Reconhecemos o ativo trabalho internacionalista de apoio e solidariedade em defesa da paz, da soberania e da independência dos povos que faz o PCdoB. Nós, cubanos, temos convicção de que, com unidade do nosso povo e a diretriz do Partido Comunista, resistiremos às agressões do imperialismo e avançaremos na construção de uma sociedade soberana, socialista, democrática e sustentável”, disse.

A deputada comunista chilena, Karol Cariola, saudou os comunistas brasileiros, ressaltou o papel dos movimentos sociais e fez duras críticas ao capitalismo, que, para ela, é o maior flagelo que a humanidade enfrenta nos dias de hoje.

“O capitalismo é, na essência, o maior flagelo que enfrenta a humanidade em nosso tempo. Não apenas pela sua lógica desumana, mas pelo nível de depredação que ele causa no mundo. De alguma maneira, as condições que estão sendo geradas a partir do trabalho político desenvolvido por diferentes atores, pelo movimento dos trabalhadores organizados, estão expondo as contradições profundas que tem o neoliberalismo e o capitalismo.”

O Teatro Popular ficou lotando durante o painel internacional l Foto: Bruno Bou Hoya

O presidente do Partido Comunista da Espanha seguiu na mesma linha e defendeu a unidade internacional dos Partidos Comunistas para fazer luta social por todo o planeta.

“Temos que combater o imperialismo mais agressivo e duro que existiu na história. Precisamos unir os partidos dos trabalhadores e comunistas para fazer uma política de aliança e desenvolver seu internacionalismo de modo a unir os povos e iniciar uma luta política e social em todo o planeta. Uma luta que tem que ser encabeçada pelos partidos comunistas, pelas forças operárias e por grupos de esquerda em todo o planeta”, afirmou José Luís Centella.