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Adalberto Monteiro: Abraço de tamanduá

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Passarim cagou no pé do bacuri.
Na merdinha do bichim
Tinha semente de gameleira.
No começo era até amor bonito,
Os braços da segunda em volta da primeira.
Mas depois todo mundo viu
Que se tratava de falsidade.


 


 


Quando foi uma noite
Se ouviu
Dois gritos medonhos:
Lá do brejo, os berros da bezerrinha,
Toda enroscada pela sucuri,
E lá no meio do pasto
O pranto do bacuri
Sendo morto, aos pouquinhos,
Pela megera da gameleira.


 


 


As Delícias do Amargo & Uma Homenagem poemas – Adalberto Monteiro
Editora Anita Garibaldi, 2006