Com poema sobre Marx e Jenny, Alexandre Pilati lança Tangente do Cobre

Lançamento nesta terça-feira contará com roda de conversa entre o autor e outros escritores

Uma roda virtual de conversa marca o lançamento, nesta terça-feira (29), do livro Tangente do Cobre (Editora Laranja Original), de Alexandre Pilati. O evento será transmitido a partir das 19 horas pela página da editora no Facebook (https://www.facebook.com/laranjaoriginal). Na roda de conversa, Pilati estará ao lado dos também escritores Ronaldo Cagiano, Leo Almeida Filho, Diana Junkes e Germana Zanettini.

Trata-se do quinto livro de poemas do autor, que, além de poeta, é também professor de Literatura Brasileira na Universidade de Brasília (UnB). As novas composições de Pilati estão divididas em três capítulos – “Conjuntura”, “Você volta pra ela” e “Bate outra vez”.

Em entrevista a Renata Py, publicada no site da Laranja Original, Pilati conta que seu novo livro reúne “poemas escritos a partir de 2018”, nos quais a “voz lírica individual” procura “dar lugar à narratividade ou à ficcionalização”.

Num dos poemas, Conto de Fadas, Pilati retrata o encontro entre o filósofo alemão Karl Marx com sua esposa, Jenny von Westphalen. O autor explica a escolha: “Marx junto com Dante e Machado de Assis são minhas leituras de sempre. Estou constantemente lendo e relendo textos deles e sobre eles. No caso de Marx, quando escrevi o poema, estava às voltas com leituras de seus textos de juventude e também com algumas biografias”.

Segundo Pilati, Marx dedicou a Jenny “não apenas um poema, nem dois ou três, mas muitos cadernos de poemas”. Com base em textos de Marx e de seus biógrafos, o poeta fez “um poema-colagem ou montagem”, conforme suas próprias palavras. “Achei que seria interessante colocar em evidência a ligação entre o amor e a luta política, que se combinam, nos dois personagens, na simbologia dos versos e do coração. O resultado é divertido”.

Mas não se trata da única composição com viés político. “Para mim, escrever e ler literatura é uma forma de conexão com o mundo e com suas contradições. Toda literatura fala apenas de um assunto: as relações humanas”, analisa o poeta. “Se a mercadoria distrai e aliena, a arte integra e vincula.”

Com o Brasil às voltas com duas tragédias simultâneas – a pandemia de Covid-19 e o governo Jair Bolsonaro –, Pilati conclui: “Não há desejo maior neste momento que nós vivemos que o de que possamos reorganizar as forças sociais capazes de propor um genuíno futuro para o nosso país. Superar a pandemia e a lógica terrível que comandou a sua condução é a esperança do momento”.

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