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Luana Bonone: Ansiedade

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Minha ansiedade é um saco sem fundo
É como um saco de areia
em que, a cada caneca que se retira,
há mais um balde por esvaziar


 


 
Ainda que minha ansiedade seja de mau agouro,
tem a eternidade austera das coisas sacras
Tem a persistência de um trabalhador,
um brasileiro trabalhador


 



 
Minha ansiedade é crônica
quase compulsória
E é aguda…
insistente e estridente
qual pirraça de menino


 



 
Minha ansiedade é a minha condenação,
por ambicionar do mundo mais intensidade
do que a minha própria poesia pode suportar…!