"Estou em liberdade, mas não sei o que está por trás das inimizades fabricadas durante o processo", afirmou
Noite de 13 de fevereiro. Assistia distraidamente o Fantástico, programa de maior audiência do fim de domingo da televisão. Entre amenidades diversas, de repente começa uma matéria que duraria longos minutos com o objetivo exclusivo de criminalizar os sem-terra. A reportagem usou como mote o estado do Mato Grosso. Várias autoridades foram escolhidas como fontes para atacar o movimento de luta pela reforma agrária.
Por Emanuel Cancella*, no site do MST
O espancamento de homossexuais por jovens de classe média alta na Avenida Paulista e a tentativa de homicídio contra um rapaz de 19 anos após a Parada Gay na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, ambos ocorridos no último fim de semana, são, na opinião do antropólogo e historiador Luiz Mott, resultado da intolerância, reforçada por um discurso fundamentalista religioso.
A candidata à Presidência Dilma Rousseff, da coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, repudiou na noite nesta sexta-feira (19) as reiteradas tentativas de setores conservadores de criminalizar os movimentos sociais. No encerramento do evento em que o PSB lhe entregou propostas para seu programa de governo, Dilma se contrapôs à máxima de Washington Luís, ex-presidente da República (1926-1930), segundo a qual “a questão social é caso de polícia”.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, pretende apresentar uma reclamação formal ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a demora do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para emitir um parecer sobre a legalidade ou não da aplicação da Lei de Anistia para beneficiar policiais e militares que participaram de crimes de tortura, mortes e desaparecimentos forçados durante a ditadura.
Muito se fala sobre a criminalização dos movimentos sociais pela grande mídia. Espaço privilegiado para mudar essa realidade é a primeira Conferência Nacional de Comunicação, que acontece até esta quinta-feira (17) em Brasília. Para lideranças de diferentes entidades, entrevistadas pela TV Vermelho, o caminho passa por mais investimento em meios públicos de comunicação de massas que sejam produzidos pelo conjunto da sociedade.
Por sugestão da internauta Mariana Freitas, a TV Vermelho reproduz o programa A Sua Cara. Produzido por alunos do sexto semestre de Rádio e TV da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), o programa pretende dar voz, de forma democrática, aos "excluídos", criminalizados ou àqueles que têm a imagem deturpada pela mídia (homossexuais, movimentos sociais, negros, mulheres, pobres). Neste, o tema central é o MST.
A tentativa do jornal Estado de São Paulo em desviar o foco de seus leitores do caso de corrupção praticado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), motivou mais um ataque deste veículo à União Nacional dos Estudantes (UNE). No Amazonas, o jornal Diário do Amazonas repercutiu mais esse combate aos movimentos sociais e fez com que o movimento estudantil universitário do Estado se posicionasse.