O governo do Sudão do Norte reconheceu nesta sexta-feira (8), em Khartum, de maneira oficial o novo estado de Sudão do Sul, que proclamou sua separação e indepêndencia às 18h, horário local, desta sexta.
Sudão do Sul e Sudão do Norte devem resolver com urgência como compartilharão as riquezas procedentes dos hidrocarbonetos para evitar que a escalada do conflito derivada da divisão do país acabe em guerra civil, afirmam porta-vozes governamentais e a organização humanitária Global Witness.
Por Protus Pnuango, na agência IPS
O içar da bandeira, no sábado (2), marcou o nascimento do 55º país da África e também a posse do seu primeiro presidente, Salva Kiir Mayardit. O governo do Sul do Sudão é desafiado com questões como a pobreza, insegurança e falta de infraestruturas. A estes, junta-se o desafio de criação de instituições embrionárias, mas a ONU afirmou haver condições para que o país se transforme numa nação próspera e auto-sustentável.
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, reuniu-se nesta quarta-feira (29), em Pequim, com seu colega chinês, Hu Jintao. O encontro culminou com a assinatura de vários acordos de ajuda econômica e tecnológica chinesa ao país norte-africano. Os dois líderes concordaram em aprofundar as cooperações práticas e promover a relação amistosa entre as nações.
A Organização das Nações Unidas enviará ao Sudão 4.200 militares, depois da aprovação no Conselho de Segurança do envio de um contingente que terá como missão desmilitarizar a região de Abyei.
O presidente do Sudão, Omar al Bashir, aceitou nesta segunda-feira (7) a decisão do sul de separar-se do norte, antes de serem revelados os resultados definitivos do referendo, que deu a vitória aos separatistas.
Cerca de 99% dos sudaneses do sul votaram a favor de sua separação do norte, aponta a apuração oficial do referendo que foi realizado na semana passada. O novo país deverá nascer em 9 de julho.
A consulta popular que pode decidir pela divisão do território do Sudão em dois países terminou no sábado (15). O resultado deve ser homologado, no máximo, em 15 de fevereiro. Até lá, haverá a apuração das cédulas de papel e um período para eventuais reclamações.
Os sudaneses do sul participam da segunda jornada do referendo que vai decidir sobre a divisão do Sudão e a criação de um novo país. Durante a votação na segunda-feira, ocorreram ataques na região de Abyei.
Milhares de moradores do Sul do Sudão já votaram nos primeiros dos sete dias de consulta popular, que pode culminar na divisão do país em dois. Na área da futura fronteira, pelo menos 30 pessoas morreram na região de Abyei, rica em petróleo. Foram três dias de enfrentamentos, entre nômades árabes e integrantes de tribos sulistas. A ONU (Organização das Nações Unidas) também confirmou ter recebido relatos de violência.
Os responsáveis por cerca de 30 partidos políticos árabes de 22 países expressaram neste sábado, em Rabat, sua "inquietação" perante a possível divisão do Sudão e incentivaram a democracia para evitar a secessão.