O Ocidente não pode optar por se opor ao domínio do Talibã. Esse jogo acabou. A verdadeira escolha é entre um recuo que aumenta a esperança de um governo moderado do Talibã e um recuo que, ao se opor a essa regra, aumenta ainda mais a miséria.
Para muita gente, a não-intervenção chinesa seria uma espécie de apoio implícito ou tácito ao Talibã. É uma interpretação equivocada. Primeiro, por ser falaciosa. Segundo, por ignorar a complexidade da geopolítica
Se dúvidas persistissem quanto à dimensão e significado da derrota humilhante dos EUA, da OTAN e dos seus aliados no Afeganistão, bastaria atentar no deprimente espetáculo e jogo do passa culpas entre Democratas e Republicanos nos EUA, entre os EUA e os seus aliados na OTAN e entre os EUA/OTAN e o seu governo fantoche no Afeganistão.
FMI suspende acesso do Afeganistão a recursos do fundo e China tem muitos motivos para investir no país e ter relações de estado. Em entrevista, Talibã promete maturidade na governança.
A Secretaria de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), divulgou, nesta terça-feira (17), nota sobre os últimos acontecimentos no Afeganistão, com a tomada do poder pelos Talibãs. Leia, abaixo, a íntegra do texto.
Em um período em que os EUA destruíram um país árabe após o outro, não surgiu nenhuma resistência que pudesse desafiar os ocupantes. Essa derrota pode muito bem ser um ponto de inflexão.
Para o economista, os problemas humanitários do Afeganistão começam com o apoio do imperialismo à destruição da experiência socialista.
China e Rússia têm demonstrado enorme atenção com o cenário de fracasso americano. Washington perde enorme influência em todo o Oriente Médio, gerando apreensão em Israel e outros estados moderados. O Estado Islâmico ganha novo fôlego. O xadrez se move intensamente depois de muito tempo.
No que se trata do Afeganistão da realpolitik, as forças armadas dos Estados Unidos, com ou sem acordo, querem permanecer nessa valiosíssima base do Grande Oriente Médio, a partir da qual elas poderão empregar suas técnicas de guerra híbrida.
As eleições no Afeganistão, um país diversas vezes invadido, destruído, mas nunca conquistado; nem mesmo pelos seus próprios grupos autoritários
Por Alessandra Monterastelli
O Talibã rejeitou nesta segunda-feira (20) uma oferta de cessar-fogo do governo do Afeganistão e continuará com seus ataques, disseram dois comandantes militantes do grupo; o presidente afegão havia proposto a trégua após os integrantes do Talibã cercarem a cidade de Ghazni.
Quase uma centena de pessoas morreram no sábado (27), e outras 158 ficaram feridas em um atentado no centro de Cabul, capita do Afeganistão. O ataque, com uma ambulância carregada de explosivos, é o quarto sofrido pela capital afegã no último mês e o mais sangrento desde o caminhão bomba que em maio do ano passado provocou 150 mortos. Os talibãs assumiram a chacina, assim como fizeram em relação ao ataque ao hotel Intercontinental há uma semana