Uma jovem ofendida na internet depois de ser morta a golpes de martelo. As agressões contra quem muda de sexo são sempre crueis e desumanas: uma subcultura violenta, que deve ser combatida diariamente
Por: Sabrina Ancarola e Elena Sofia Trimarchi
Uso do nome social é reivindicação antiga da comunidade LGBTT; transexuais e travestis ainda são expostas a desrespeitos
Por Douglas Corrêa
Marroni levou 18 facadas. Samilly foi baleada, assim como Gaby. Hérica morreu de tanto apanhar e ser jogada do alto de um viaduto. Depois de agredida com murros, pedradas e pauladas, Dandara levou dois tiros.
Isabelle Neris treina há dois anos no time Voleiras, de Curitiba, mas até março nunca havia disputado um jogo oficial. No início do mês, ela conseguiu uma autorização da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e se tornou a primeira transexual a integrar uma equipe feminina no Brasil.
A capital paulista recebe até o dia 25 de junho a quarta edição do evento Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade, que traz artistas de oito estados brasileiros para apresentar suas produções inspiradas no tema: peças teatrais, performances, shows, espetáculos de dança, workshops, e filmes – que terão lugar no Itaú Cultural, na Avenida Paulista.
As proteções da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) resguardam quem exerce o papel social de mulher, seja biológica, transgênero, transexual ou homem homossexual. E o sujeito ativo da violência doméstica contra elas também pode ser do sexo feminino, já fixou o Superior Tribunal de Justiça, desde que fique caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade.
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta quarta-feira (7), a legalidade da mudança de nome de transexuais no registro civil sem a necessidade de cirurgia para mudança de sexo. O destaque do primeiro dia de julgamento foi a manifestação da advogada Gisele Alessandra Schmidt e Silva, primeira transexual a subir à tribuna da Suprema Corte.
Por André Richter
Mesmo escondida em uma calça jeans, camisa e sapato de cortes masculinos, Aurora Yett, 19 anos, estava ali. Ainda que travestida de homem jovem em busca de trabalho, as unhas feitas, os cabelos e, sobretudo, os movimentos e a voz transpareciam a mulher que ainda estava em formação, mas que já se apresentava, em modos tímidos, naquela entrevista de emprego em uma loja de doces, no Recife, Pernambuco.
O número de travestis e transexuais que vão usar o nome social nesta edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é quatro vezes maior do que em 2014, primeiro ano da entrada em vigor da medida. Em 2014, 102 pessoas trans usaram o nome social durante a aplicação da prova, em 2015 esse número passou para 278 e nesta edição do Enem serão 407, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
As forças políticas que querem o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff visam também retroceder na garantia de direitos dos homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais. Esta foi a preocupação manifestada pelos participantes – parlamentares e ativistas – do 13º Seminário LGBT do Congresso Nacional: O próximo pode ser você! O evento, aberto na manhã desta terça-feira (16), prossegue até quarta-feira (17), às 17 horas, com painéis, discussões e talk shows.
Conselho Nacional dos Procuradores Gerais aprova recomendação para que promotorias de todo o Brasil passem a aplicar a Lei 11.340/2006 às vítimas travestis e transexuais em caso de violência doméstica. PCdoB encabeça mudança na lei para incluir cobertura a transexuais, travestis e transgêneros.
O transexual masculino Regis Vascon, futuro candidato a vereador pelo PCdoB/Campinas participou de uma entrevista no programa "Casual" falando a respeito da transexualidade. Também gravou um vídeo a importância do uso do nome social.