O procurador Deltan Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa citada em acordo de delação na força-tarefa da Lava Jato. É o que apontam mensagens e documentos obtidos pelo site The Intercept Brasil e analisados em conjunto com a Folha de S.Paulo. Embora a empresa – a firma do setor de tecnologia Neoway – tenha sido delatada em caso de corrupção, pela primeira vez, em marco de 2016, Deltan foi contratado pela palestra dois anos depois, em março de 2018.
Preso sob a suspeita de atuar como hacker, Walter Delgatti Neto, disse à Polícia Federal que foi a fonte do material que tem sido publicado desde junho pelo site The Intercept Brasil com conversas nada republicanas entre o então juiz Sérgio Moro (ministro da Justiça) e procuradores da Lava Jato.
Após duas semanas de protestos em massa, o governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, anunciou sua renúncia para 2 de agosto. O político está no centro de um escândalo desencadeado pelo vazamento de conversas entre ele e alguns de seus assessores. As mensagens foram trocadas no aplicativo Telegram.
“O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.” A denúncia partiu do próprio Partido dos Trabalhadores na noite desta quarta-feira (24), em nota assinada por sua presidenta nacional, Gleisi Hoffmann, e pelos líderes do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, e no Senado, Humberto Costa.
Ainda não acabou a história do mítico juiz Sergio Moro, que com a operação Lava Jato criou um terremoto dentro e fora do Brasil, levando à prisão desde ex-presidentes da República, como o popular Lula da Silva, a empresários milionários, como Marcelo Odebrecht. De repente, o juiz deu o salto para a política, aceitando o Ministério da Justiça no governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
Por Juan Arias*
O Supremo Tribunal Federal deve avaliar no segundo semestre, sob impacto das revelações de mensagens com bastidores da Lava Jato, ações que questionam a atuação do ex-juiz Sergio Moro. A ação mais conhecida é a do habeas corpus que tramita na Segunda Turma e no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alega a suspeição do hoje ministro de Jair Bolsonaro. Mas não é o único caso.
As revelações do The Intercept desgastam a imagem do ministro de Justiça. Ele segue sendo popular, mas perde parte substancial do apoio da opinião pública e agora depende, mais do que nunca, da proteção presidencial
Por Eric Nepomuceno
Ex-cônsul honorário do Brasil em Queensland, na Austrália, o advogado Valmor Gomes Morais afirma ter descoberto pelo Diário Oficial da União que foi exonerado do cargo, na última quinta-feira. O desligamento ocorreu menos de uma semana após ele ter feito críticas ao ministro Sergio Moro (Justiça) em seu perfil pessoal no Facebook.
Em reposta à matéria publicada nesta quinta-feira (18) pelo Jornal Folha de S.Paulo, que revela que ele, na condição de juiz, exigiu ao menos um ano em regime fechado para homologar delações na Lava Jato, o ministro da Justiça, Sergio Moro, desprezou a lei ao corrigir o conteúdo da reportagem.
Por Iram Alfaia
Mensagens privadas trocadas por procuradores da Operação Lava Jato em 2015 mostram que o então juiz federal Sergio Moro interferiu nas negociações das delações de dois executivos da construtora Camargo Corrêa. A ação de Moro cruzou limites impostos pela legislação para manter juízes afastados de conversas com colaboradores. A revelação das novas mensagens, publicada nesta quinta-feira (18) pela Folha de S.Paulo, é mais uma capítulo das denúncias do site The Intercept Brasil.
Ex-chefe das operações da Polícia Federal na Lava Jato no Paraná, a delegada Erika Marena tem protagonizado uma cruzada particular contra o blog do jornalista Marcelo Auler. No mais recente episódio, a representante da lei perdeu mais uma ação.