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Farrakhan: ''Que os EUA levantem o bloqueio e façam justiça aos Cinco''

O líder da organização religiosa e sociopolítica afro-norte-americana Nação do Islã visitou a Ilha. Para não ser testemunhas novamente do que viram em Nova Orleans durante o Katrina, vieram aprender a experiência cubana na prevenção de desast

A exigência de que o governo dos Estados Unidos “levante o bloqueio e faça justiça aos Cinco” lutadores antiterroristas cubanos prisioneiros em cárceres norte-americanos, foi divulgada pelo líder religioso afro-norte-americano, Louis Farrakhan numa entrevista coletiva realizada em Havana, antes de finalizar sua visita a Cuba.


O máximo líder da organização religiosa e sociopolítica Nação do Islã, explicou aos jornalistas nacionais e correspondente estrangeiros, na sede do Centro da Imprensa Internacional, em 27 de março, que após os devastadores furacões Katrina e Wilma, foi necessário fazer esta visita à Ilha pela grande experiência acumulada nos últimos 47 anos, enfrentando com sucesso as conseqüências devastadoras desses fenômenos naturais.


Lembrou a tristeza que sentiu ao saber que a administração de George W. Bush rejeitou a ajuda desinteressada que o governo cubano ofereceu, que consistia no envio à Nova Orleans de 1.100 médicos para socorrer os danificados.


“Não queremos ser testemunhas novamente do que vimos em Nova Orleans. As pessoas não sabiam que fazer, aonde ir e o governo falhou. É por isso que estamos aqui, para aprender da experiência cubana e ao voltar nos reuniremos com os prefeitos, com a comunidade e faremos um inventário, organizaremos um programa de prevenção e preparar as pessoas para que não aconteça o mesmo quando sejamos afetados por furacões devastadores”.


Para o líder religioso e a delegação que o acompanhou foi uma lição alentadora ver como em Cuba se conhece casa por casa e quarteirão por quarteirão a situação de cada um de seus cidadãos e como eles sabem, chegado o momento, aonde têm que ir. “Tudo isso”, acrescentou, “permite a este país evitar perdas de vidas humanas e diminuir os inevitáveis danos materiais”.


Farrakhan expressou que ficou muito impressionado com o povo cubano, pois apesar das pressões por causa do bloqueio imposto pelo governo dos Estados Unidos, tem um “nível de humanidade que o faz imensamente rico”.


Ao visitar Cuba, disse que pôde conhecer as idéias originais da Revolução, que são ainda mais humanistas que as conhecidas por ele em todas as religiões. “Todas as religiões podem aprender partindo da experiência cubana”, onde o governo garante a saúde e a educação gratuitamente a seus cidadãos, enquanto em seu país qualquer estudante de medicina termina sua carreira com uma dívida não inferior aos US$ 100 mil ou US$ 150 mil.


Nesse sentido, lembrou que a Revolução Cubana ofereceu 500 bolsas a estudantes estadunidenses para que estudem Medicina, sem custo algum, com o único requisito de que ao se graduarem trabalhem em suas comunidades, ajudando os pobres.


Entretanto, em seu país, com todo seu enorme poder, há 30 milhões de analfabetos funcionais, 40 milhões de pessoas que não têm seguro médico e milhões de pessoas vivendo abaixo do limite de pobreza.


Enfatizou seu compromisso de divulgar a verdade de Cuba ao povo norte-americano, como os cubanos se preparam para enfrentar os desastres naturais, o milagre da Operação Milagre, a formação de jovens que se encontravam na rua e agora são trabalhadores sociais. “O povo norte-americano”, disse, “seria melhor se estivesse melhor informado.


“Se nos Estados Unidos não fóssemos orgulhosos demais nem arrogantes, poderíamos aprender muitíssimo de Cuba”.


Respondendo a um correspondente estrangeiro, lembrou que o governo dos EUA “se intromete nos assuntos internos de outros países. Nós sempre estamos preocupados em criar problemas aos governos que não favorecem nossas políticas, que não favorecem os interesses das multinacionais, dos banqueiros”.


“Por conseguinte”, acrescentou, “não é difícil para mim dar-me conta de que nosso governo está muito ocupado com o caso Cuba para criar problemas à Revolução cubana, pagando a seus agentes dentro da Ilha”.


O líder religioso também condenou a política de Washington de “sugar o sangue dos povos sem partilhar suas riquezas e seus avanços com os pobres da Terra”.


A esse respeito, expressou que aquele que vive da espada, morrerá pela espada, e por essa razão o mundo todo se revolta contra o governo dos Estados Unidos.


A delegação da Nação Islâmica que visitou a Ilha, convidada pela Assembléia Nacional do Poder Popular, teve encontros com altos funcionários do governo e visitou instalações de interesse econômico, social e cultural.


Fonte: Granma Internacional