MST acusa empresa de apropriar erva de acampamento sem-terra

Trabalhadores do acampamento 20 de novembro, antiga fazenda Cúri, em Guarapuava (PR), flagraram pelo menos oito pessoas retirando erva mate para a Ervateira 81. A apropriação ocorreu nesta quarta-feira, em área de cerca de 30 alqueires

De acordo com José Acir, da coordenação regional da entidade, não apareceu, até agora, nenhum documento que comprove o direito da empresa de tirar erva do local. A área do acampamento pertence à Igreja de Guarapuava (Comunidade de São Sebastião) e está em processo de negociação com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A fazenda Curi foi ocupada por cerca de 250 famílias do MST em novembro de 2005.

 

Ao verem, ontem (05/04), a ação da Ervateira, vários sem-terra tentaram, em vão, negociar. Os cortadores se retiraram em seguida do local, levando a colheita ilegal. O MST denunciou também a tentativa da polícia de Guarapuva de desestabilizar o movimento e jogá-lo contra a opinião pública, a fim de expulsarem-no do acampamento. Uma das acusações infundadas é de que os sem-terra mantêm 13 reféns.

 

O movimento nega. “Não houve nenhum tipo de cárcere privado, muito menos reféns, pois em nenhum momento as pessoas que estavam no local foram privadas de sua liberdade”, diz José Acir. Em nota, a Comissão Pastoral da Terra repudiou “a estratégia que garante a impunidade aos fazendeiros, que desmatam, roubam e poluem, enquanto criminalizam os pobres do campo, que buscam alternativas para fugir da fome e da miséria”.