Diap avalia que Congresso sofrerá renovação de 62%

O eleitorado deverá apostar em novos nomes para tentar "limpar" a Casa, avaliam os analistas. Historicamente os índices de renovação da Câmara oscilam entre 40% e 60%. Nas últimas eleições federais –em 2002– c

As denúncias que atingiram o Congresso deverão repercutir nas urnas. A avaliação de analistas políticos é que a renovação na Câmara Federal será grande neste ano, deve chegar a 62%, índice próximo ao da eleição de 1990. 

O eleitorado deverá apostar em novos nomes para tentar "limpar" a Casa, avaliam os analistas. Historicamente os índices de renovação da Câmara oscilam entre 40% e 60%. Nas últimas eleições federais –em 2002– chegou a 46%. 
     
Os números são do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que comparou suas previsões com as da consultoria Arko Advice e do cientista político David Fleischer, que há anos fazem esse trabalho de futurologia. Concluiu-se que o PT será o partido mais punido nas urnas e o PMDB deverá eleger a maior bancada. 
      
Os votos dos petistas deverão migrar para partidos como PSB, PDT e PPS. Já o crescimento do PMDB, PFL e PSDB, apesar de também terem parlamentares envolvidos com as denúncias de corrupção, será decorrente da perda de vagas no parlamento do PTB, PP e PL, partidos mais atingidos pelas denúncias do chamado "mensalão".
     
"Este Congresso vai pagar um preço alto em função da paralisação nas votações, da eleição de Severino Cavalcanti [para a presidência da Casa] e das denúncias do mensalão e sanguessuga. Houve uma série de matérias importantes aprovadas, como as reformas do Judiciário e Eleitoral, mas isso ficou em segundo plano por causa da crise", avalia Antonio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap. 
     
Pelas análises do Diap, da Arko Advice e do professor David Fleischer, o PMDB deverá eleger de 80 a 110 deputados em outubro. Em 2002, o partido elegeu 75. A bancada hoje soma 82 parlamentares. O PT, que nas últimas eleições emplacou 91 deputados e hoje tem 81, deve eleger entre 45 a 75 deputados. 
     
Fleischer é o mais pessimista. Para ele, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar à Câmara com no máximo 50 parlamentares em 2007. 
     
O PFL, que elegeu 84 e encerra a legislatura com 65, deve eleger entre 65 e 80 deputados em outubro. O PSDB também não deverá crescer. O partido elegeu 70 deputados em 2002 e tem hoje 58 representantes, deverá eleger de 65 a 80 deputados em outubro, na avaliação do Diap.

Fonte: Folha News