Contag discorda de ministério sobre dados da Amazônia

A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) discorda dos dados divulgados pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente), que relacionou os Projetos de Assentamento de Reforma Agrária como os maiores responsáveis pelo desmatamento na Amazôni

Leia abaixo a nota da Contag:



 


Isto porque a elevação dos índices de desmatamento é conseqüência do aprofundamento do modelo de desenvolvimento capitalista e da pouca presença do Estado na região. A “abertura de áreas” para a instalação de grandes projetos agrícolas, pecuários, energéticos e de mineradoras; a ação de grileiros e de madeireiros e a ausência de fiscalização efetiva do Ibama têm tornado incontrolável a devastação da floresta amazônica.


 


Por outro lado, a insistência do Incra em realizar projetos de assentamento na região com o objetivo de inflar sua meta numérica anual sem oferecer às famílias assentadas condições de desenvolvimento nas áreas é outra grave causa para o problema. A maioria dos assentamentos criados na Amazônia, principalmente durante o governo Fernando Henrique Cardoso, decorreu da regularização de áreas públicas, muitas já devastadas pela ação de grileiros e de madeireiros.


 


Grande parte destas áreas não foram destinadas aos trabalhadores sem terra, sendo tomadas pelos madeireiros e mineradoras. Em outras, as famílias foram deixadas praticamente no abandono, sem infra-estrutura ou qualquer outra política pública que garantisse a permanência dos assentados nas áreas ou a sustentabilidade das unidades produtivas.


 


É esta a realidade dos assentamentos constantes da lista divulgada pelo MMA, que deveria, de forma responsável, ter depurado os dados antes de publicá-los. A Contag é contra o desmatamento da Amazônia e a implantação de grandes projetos na região. Exige a efetiva fiscalização e punição dos crimes contra o meio ambiente e contra os povos da floresta. Da mesma forma, exige o fortalecimento institucional e a aplicação de políticas públicas que assegurem a regularização fundiária das áreas de pequenos posseiros e a realização da reforma agrária com projetos de assentamento sustentáveis e adequados à realidade da região.


 


Diretoria da Contag


 


Fonte: Contag