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Trabalhadores irlandeses diante de bomba-relógio na aposentadoria

Três quartos dos trabalhadores da Irlanda não podem pagar os seus planos de aposentadoria, segundo revelou uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (23) em Dublin.

A firma de advocacia trabalhista Peninsula Ireland advertiu nesta quarta-feira que 74% dos trabalhadores empregados estão diante de uma verdadeira bomba-relógio em relação a seus planos de aposentadoria, já que não conseguem poupar o bastante para garantir os planos ou estão sofrendo perdas enormes nos investimentos.

A vasta maioria de trabalhadores espera trabalhar até os sessenta anos para conseguir prover os planos que os sutentarão no futuro.

Alan Price, diretor da Peninsula Ireland, afirmou que o estudo realizado pela empresa mostrou um número cada vez maior de trabalhadores irlandeses que pararam de pagar os planos de aposentadoria.

"A maioria das pessoas está deixando de pagar suas aposentadorias e os jovens trabalhadores não estão se preparando para o futuro, no qual poderão se ver sem trabalho por muito mais tempo que poderão suportar", afirmou.

"Sem um mínimo para se aposentar e com uma poupança reduzida, as pessoas estão adiando os planos de se retirar do mercado de trabalho", conta.

A empresa estudou o caso de 306 empregados e 133 empregadores, em várias indústrias do país durante o último mês.

O estudo revelou que mais de dois terços dos empregadores afirmou ter visto um aumento no número de candidatos mais velhos às vagas nas indústrias nos últimos seis meses.

Um dos institutos de pesquisa do país revelou que a Irlanda foi o país que sofreu a maior perda financeira mundial dos fundos de aposentadoria no ano de 2008.

A perda média dos planos de investimentos para aposentadoria foi mais de um terço de seu valor.

A OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento da Europa), baseada em Paris, afirmou que os trabalhadores irlandeses tiveram perdas superiores aos dos EUA, Reino Unido, Japão, Canadá e até mesmo da Islândia, onde o sistema financeiro local faliu.

Porém, a Peninsula Ireland, disse que os patrões preferem que os trabalhadores permaneçam mais tempo em seus empregos, já que são mais experientes, tem mais conhecimentos e são mais hábeis.

"Operários altamente especializados e maduros são hábeis em passar seus conhecimentos e experiência para operários mais jovens, eventualmente minimizando o efeito que a aposentadoria produz nas indústrias", afirmou Price.

Fonte: The Independent