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Marta Suplicy lança portal baseado em maior site político da web

Na esteira da liberação da internet nas eleições de 2010 e da estratégia de marketing que ajudou a eleger Barack Obama presidente dos Estados Unidos, a ex-ministra e ex-prefeita paulistana Marta Suplicy (PT) lançou, nesta segunda-feira (19), seu portal na web. O projeto leva o nome de MPost (www.sigampost.com.br) e foi inspirado no Huffington Post, criado nos Estados Unidos pela empresária Arianna Huffington, colunista, autora e escritora de séries de TV.

Filiada ao partido democrata, Ariana ajudou a alavancar a eleição de Obama. Seu site, criado em maio de 2005 por parceria entre ela e os empresários Jonah Peretti e Kenneth Lerrer, nasceu como um agregador de blogs que cobria política e outras áreas, com viés liberal. Transformado progressivamente em portal de notícias — com colunas, conteúdo multimídia e blogs —, passou a focar, em 2008, em jornalismo regional, com versões locais do portal para as cidades de Chicago, Nova York e Denver.

Segundo o CrunchBase, o Huffington Post soma US$ 37 milhões de dólares após três investimentos. Já de acordo com o ranking do buscador de blogs Technorati, a página que leva o sobrenome de Arianna é líder em popularidade online. Nomes como Barack Obama, Norman Mailer, Hillary Clinton e Larry David já contribuíram para o portal

Segundo Marta, a marca e o interesse do MPost, como do Huffington Post, é despertar para o novo. “Aquilo é jornalismo que interessa na internet. Comecei a pesquisar para ver se havia iniciativa parecida no Brasil. Se não tem, então resolvi fazer”, declara Marta. “Quero tratar de esporte a política.”

O novo site terá uma linguagem própria, além de blogueiros e web 2.0. Nas palavras de Matra, será um “canal democrático na internet, um canal cidadão”. Dizendo querer ir além de um simples blog ou de redes sociais como o Twitter, a petista aposta no que chama de um “empreendimento empresarial”.

Sem revelar valores, Marta garante estar bancando financeiramente o projeto. Ela considera a possibilidade de gerar receita com o portal e planeja atrair anunciantes — sua meta é buscar apoio privado. Ainda que tenha sido criado e custeado por uma política filiada ao PT desde 1983, o MPost, defende Marta, terá cobertura apartidária e pretende “abrir um diálogo permanente” com a sociedade e “acelerar a capacidade de multiplicação de notícias pluralistas”. Segundo petista, seu projeto é uma “uma plataforma contemporânea”.

“Haverá leitura dinâmica da mídia, espaço para blogs, postagens de vídeos, imagens e também jornalismo. A ideia é dar a maior pluralidade possível. Vai ter uma linha editorial, como os jornais. Mas vamos abrigar pessoas que pensem diferente de mim”, diz. “Vamos agregando colaboradores. Ainda está tudo em construção. Só não colocaremos o óbvio de sempre, como (conteúdo que incite) racismo, xingamentos e outros crimes.”

A petista reafirmou que pretende se candidatar em 2010, possivelmente à Câmara dos Deputados — mas afirmou que se esforçará para não transformar o MPost em tribuna eleitoral. “Vi que precisava me comunicar mais”, afirma. Suas posições, explicou, serão manifestadas “com cuidado”, em espaços opinativos. “Claro que tenho posições, mas todos os jornais têm posições”, disse, lembrando que não tratará apenas de política.

Na lista de articulistas, está confirmado o deputado Antonio Palocci (PT-SP). Nome apoiado por Marta para a disputa do governo paulista em 2010, o ex-ministro da Fazenda esta no conselho editorial, ao lado da própria Marta, do escritor Marcelo Carneiro da Cunha e do diretor de programação da Rede Globo Antônio Zimmerle.

Além dos blogueiros e colunistas convidados, o MPost incentivará leitores a enviarem conteúdos, como fotos, textos e vídeos, com comentários ou notícias acontecendo naquele momento. No caso do recente incêndio na favela Diogo Pires, em São Paulo, envolvidos na tragédia — como moradores ou policiais — poderiam enviar relatos para o site, segundo ela.

Da Redação, com agências