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250 mercenários da Blackwater são expulsos do Iraque

O Ministro do Interior do Iraque ordenou a expulsão de 250 mercenários que trabalhavam para a Blackwater, empresa responsável por uma chacina ocorrida em setembro de 2007 em Bagdá.

Os mercenários, ex-Blackwater, que foram ordenados a deixar o Iraque dentro de sete dias por causa da sua ligação com a empresa de segurança privada americana, não podem recorrer da decisão, afirmou o ministro do Interior do Iraque.

"Nós é que decidimos se as empresas de segurança estrangeiras ficam ou não", afirmou o ministro, Jawad al-Bolani, à Associated Press, na última semana, acrescentando que a decisão era definitiva e que não tem direito a recurso.

"Cerca de 250 guardas que trabalham para a empresa de segurança Blackwater foram demitidos e foi lhes concedidos sete dias para que deixem o país", sentenciou al-Bolani.

A Blackwater, que mudou seu nome para Xe Services, é uma empresa contratada pelo governo dos EUA para proteger o pessoal do governo americano no Iraque e que trabalha com mercenários. A empresa foi acusada pelo governo iraquiano de empregar uma força "excessiva" nas ruas de Bagdá.

Em 16 de setembro de 2007, mercenários da Blackwater abriram fogo com armas automáticas e lança-granadas contra civis iraquianos desarmados na movimentada praça Nissor, de Bagdá, depois da explosão de um carro bomba na região. Dezessete pessoas foram assassinadas na ação.

O caso é uma ferida aberta na memória da população iraquiana e a revolta aumentou quando um juiz americano anulou as acusações contra os mercenários, argumentando que os procuradores dos EUA violaram o processo, usando declarações incriminatórias proferidas sob imunidade, durante a investigação a cargo do Departamento de Estado.

O vice-presidente americano Joe Biden, durante uma viagem a Bagdá realizada no mês de janeiro, expressou o seu pesar pessoal "com o incidente”, dizendo também que o governo americano iria recorrer do caso.

A admissibilidade do caso, no entanto, foi posta em dúvida, porque todas as famílias, exceto uma, já teriam aceito as indenizações financeiras que a Xe apresentou aos parentes das vítimas.

O advogado, Hassan Jabbar Salman, disse que às famílias dos que morreram foram oferecidos 100 mil dólares (73 mil euros) e que os feridos receberam entre 20 mil e 50 mil dólares da empresa de mercenários americana.

Da redação, com agências internacionais