Sem categoria

Acesso ao saneamento aumentaria renda em 0,8% em SP

A pesquisa Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Básico, encomendada pelo Instituto Trata Brasil e realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), revelou que a renda média e a produtividade do trabalhador no Estado de São Paulo cresceriam 0,8% com a universalização da rede de esgoto.

De acordo com o estudo, apenas 51,4% dos moradores da cidade de São Paulo são atendidos pela rede de esgoto. A capital paulista ocupa a 22ª posição no ranking Trata Brasil que lista a situação de 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. A implantação da rede de esgoto refletiria positivamente na qualidade de vida do trabalhador gerando o aumento da sua produtividade e da renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis.

"O resultado já era esperado, mas é uma forma de chamar a atenção do poder público e da sociedade sobre a importância do saneamento no desenvolvimento da economia", afirma o presidente do Instituto Trata Brasil, André Castro. Se todos os paulistas tivessem acesso à rede de esgoto, o aumento na produtividade seria de 0,8%, permitindo assim o crescimento da renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários no Estado de São Paulo, que hoje gira em torno de R$ 324,55 bilhões, tenha um ganho de R$ 2,65 bilhões por ano.

Os números ficam ainda mais elevados se levados em conta dados de todo o País. O ganho na renda média dos brasileiros subiria em 3,3%, com acréscimo na massa salarial de R$ 41,5 bilhões. "Como São Paulo é o Estado mais desenvolvido, a rede de esgoto é maior, se comparado com outras unidades da Federação. Por isso, o aumento da renda dos paulistas seria menor do que o restante dos brasileiros", explica Castro.

Efeito imobiliário

A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média nacional de até 18% no valor dos imóveis no Brasil. A pesquisa estima que a valorização dos imóveis, no Estado de São Paulo, chegaria aos 0,3%.

Outro ganho seria sentido na área da saúde. A pesquisa mostra que, por ano, 217 mil trabalhadores brasileiros precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta da coleta e tratamento adequado do esgoto. Somente no Estado de São Paulo, foram 24.433 internações em 2009, sendo que 18.564 delas poderiam ser evitadas.

Em 2009, de acordo com o DataSUS, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital. No Estado de São Paulo foram 317 mortes, dessas 208 vidas poderiam ter sido salvas com a implantação do saneamento.

Fonte: Repórter Diário Online, por Angela Martins