Governo quer isentar pequenos piscicultores de licença ambiental

O secretário de Estado da Produção Rural, Eron Bezerra, afirmou hoje que o governador deve baixar um decreto isentando os pequenos piscicultores de obter licença ambiental para a piscicultura. “Nossa intenção é alcançar os que produzem até cinco lâminas d´água”, disse o secretário. Segundo ele, um dos principais gargalos para o incentivo da piscicultura são as exigências ambientais.

Manacapuru - Jimmy Christian

A declaração foi dada durante a inauguração da Unidade de Produção de Alevinos (UPA) em Manacapuru, que contou com a presença da ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti.
Fruto de uma parceria entre Governos federal e estadual, a UPA é uma das 14 estações que vão produzir alevinos no Amazonas. O investimento total foi de R$ 765.251,90.

A unidade de Manacapuru tem capacidade de produzir até 1,2 milhões de alevinos por ano e deve beneficiar cerca de 200 pequenos piscicultores.

O presidente da associação dos moradores do Lago do Santana, Leandro Silva, disse que a estação de alevinagem vai melhorar a vida dos produtores de Manacapuru. “Antes nós tínhamos que ir até Balbina, em Presidente Figueiredo, para ter alevinos e a perda era muito grande por causa da distância. Agora esse problema vai acabar. Menos peixes vão morrer e vai aumentar nossa produção”, declarou.

Além de Manacapuru, receberão unidades semelhantes os seguintes municípios: Autazes, Anori, Borba, Coari, Codajás, Caapiranga, Carauari, Iranduba, Manicoré, Manaus, Novo Airão e Tefé. Os locais foram determinados após estudos de viabilidade realizados pela Sepror e de acordo com a potencialidade e as características próprias de cada um.

Tecnologia
No sábado, a ministra da pesca, Ideli Salvatti, inaugura O Centro de Tecnologia e Treinamento em Aquicultura do Estado do Amazonas. Este vai funcionar na estação de alevinos de Balbina.
A unidade contará com viveiros experimentais, laboratórios de reprodução, sanidade e qualidade da água, além de salas de aulas. Outros investimentos serão realizados na infraestrutura do Centro, como a construção de alojamentos e compras de equipamentos, visando a ampliação e modernização.

Bacalhau da Amazônia
Ainda na cadeia produtiva do pescado estão as duas indústrias de salga de pescado em Maraã e Fonte Boa, que vão produzir o "bacalhau da Amazônia". A obra de Maraã deve ser concluída até julho. "Hoje o quilo de pirarucu é vendido a R$ 3. Mas o bacalhau de pirarucu poderá chegar a R$ 20", diz.

No Alto Solimões, a Sepror está construindo um centro de Processamento e Beneficiamento de Pescado. O complexo envolve flutuantes, barcos coletores e frigoríficos. Em Tabatinga, a unidade terá capacidade de processar 100 toneladas de pescado. "O centro de processamento de pescado de Tabatinga será o primeiro da América Latina", disse. Outro, com capacidade para 30 toneladas, está sendo construído em Santo Antônio do Icá.

Todas essas obras têm recursos federais. O investimento é de aproximadamente R$ 100 milhões só na área da pesca e piscicultura.

De Manacapuru,
Mariane Cruz