Perpetua ouve mais de 100 que invadiram casas populares em RB

 Deputada vai pessoalmente conhecer como vivem estas pessoas e conclui que o desgaste da reintegração de posse podia ser evitado. Ela propõe mais entendimento da Ação Social e Habitação com famílias para esclarecer critérios de seleção e alerta: a empresa responsável descuidou da obra e facilitou a ocupação.

casas populares em RB

 O diálogo do governo com a população precisa ser fortalecido cada vez mais, como tem sido nestes anos. Com essa preocupação a deputada Perpétua Almeida ouviu pessoalmente boa parte das famílias que invadiram as 295 casas populares do programa habitacional do governo no Bairro Ilson Ribeiro. E concluiu, após conversar com cerca de 100 pessoas, na manhã desta segunda-feira, que alguns esclarecimentos necessários poderiam ter evitado o desgaste da reintegração de posse.

O fato de a empresa responsável ter abandonado a obras abriu caminho para a invasão, entende Perpétua. A secretária de Habitação, Nara Shafer, atendendo a uma sugestão da deputada, irá convocar a construtora e propor que ela assuma a vigilância das casas, que são um patrimônio público sob a sua responsabilidade até que as habitações sejam concluídas. O resultado dessa reunião com a empresa será informada a Perpétua Almeida, que precisou voltar a Brasília no fim da tarde para acompanhar as votações no Congresso Nacional mas já agendou uma nova reunião com a Secretaria de Ação Social no próximo fim de semana.

"A invasão se deu por que não havia vigilância suficiente na obra que estava parada. Por outro lado, as pessoas precisam da informação de quando vão poder entrar nas suas casas", disse a deputada. Aliás, entre eles – a maioria oriunda da zona rural e de áreas verdes já desapropriadas – a desinformação é espantosa. Dezenas de famílias estão inscritas há vários anos em programas habitacionais mantidos pelos governos, o que comprova a sua condição de excluídos.

"Alguns acreditam que a inscrição já daria direito a uma moradia, o que não é verdade. Esta incompreensão da lei é outro problema. Quem tem direito precisa ser informado. Quem não tem, deve ser orientado", afirmou a deputada, que assumiu o compromisso com as famílias de, junto às secretarias de Habitação do Estado e de Assistência Social do Município, ajudar a pensar uma campanha de esclarecimento.

"Temos que esperar paciência e compreensão dessas pessoas. Mesmo elas erradas em invadir, não é correto subestimar a capacidade dos que se revoltam por viverem numa situação difícil. E mesmo após a ocupação, as famílias dormiram pelo menos 4 noites no local, tempo suficiente pra explicar a questão e retira-las sem a necessidade da Ação judicial de despejo", completou a deputada
Ao caminhar por entre os bairros Calafate, Ilson Ribeiro 1 e 2 e Laélia Alcântara, Perpétua entrevistou moradores e percebeu que várias famílias são beneficiárias do Bolsa Família, mas muitas outras ainda não alcançaram o benefício.

O gabinete da deputada no Acre está facilitando junto à Secretaria de Ação Social o acesso das famílias a informações sobre os critérios do programa. Todas as famílias visitadas, acrescenta Perpétua Almeida, moram de aluguel ou em casas cedidas. Quando não, elas se acumulam em habitações com até dois ambientes (sala e cozinha). "Nós somos um governo que dialoga. Por isso, é importante que cada secretaria esteja atenta ao que está acontecendo na sua área", concluiu.